sábado, 17 de janeiro de 2015

1589 -« DO OURO » - ALBERTO DE LACERDA

1589

DO  OURO

Divinamente incrível como o vento
Não pròpriamente  o vento mas a brisa
Não pròpriamente incrível pois o vento
Desde a infância me recobre a vida
Mas ele o vento traz o inesperado
A aparição angélica na esquina
O sagrado terror das horas belas
Momentos prolongados
Absolutamente inenarráveis
Pois ninguém acredita
E a ninguém os diria

É tudo incrivel miraculoso
O Ouro por que a Rua se chamava
A minha angústia à sombra de Liaboa
A noite a noite branda E de repente
Em plena noite escura
Num rosto aquele dia
Um dia esplendoroso
Que mesmo que me fuja
Me deixou para sempre
As feridas da alegria

ALBERTO DE LACERDA


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