1722
HOMENAGEM A TITUS LUCRETIUS CARUS
Acha-se a terra cheia de fome.
Bate num ventre. Pede comida.
Parte-se um ovo. Sai-nos um nome
E sete rosas como medida.
Dão-nos um dentro como opala
(Só o pretexto dum cofre forte)
Não vá a gente encher a mala
Com mais tesouros que ela suporte.
E carregamos a travessia
Com o deus-travão que a demora;
Pois é da nossa pedra fria
Que o paraíso se evapora.
E se a torneira dum cotovelo
Dá mais estrelas do que uma couve,
É porque a morte no nosso pêlo
Toca uma arpa que não se ouve.
NATÁLIA CORREIA
HOMENAGEM A TITUS LUCRETIUS CARUS
Acha-se a terra cheia de fome.
Bate num ventre. Pede comida.
Parte-se um ovo. Sai-nos um nome
E sete rosas como medida.
Dão-nos um dentro como opala
(Só o pretexto dum cofre forte)
Não vá a gente encher a mala
Com mais tesouros que ela suporte.
E carregamos a travessia
Com o deus-travão que a demora;
Pois é da nossa pedra fria
Que o paraíso se evapora.
E se a torneira dum cotovelo
Dá mais estrelas do que uma couve,
É porque a morte no nosso pêlo
Toca uma arpa que não se ouve.
NATÁLIA CORREIA
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