quinta-feira, 30 de junho de 2011

146-RECORDAR O PASSADO *

146-Começo o último post do mês de Junho recordando um pouco dos
anos 60. Em 1961 começam as primeiras movimentações independentistas no Ultramar.
Salazar manda fazer uma ponte aérea militar para Angola. Os quarteis ficam
desguarnecidos, a malta é mobilizada. Eu próprio sou mobilizado em 1961 e fui obrigado a cumprir cerca 5 anos de serviço militar obrigatório, 3 cá e mais 2 em Timor.
     Em 1964 foi o meu regresso da provincia ultramarina de Timor depois de ali ter cumprido 2 anos de serviço militar obrigatório. Nesse mesmo ano de 1964 tinha acabado de ganhar o Festival da Eurovisão uma jovem italiana com uma canção muito simples:
                Non ho l´età
Non ho l´età, non ho l´età per amarti
Non ho l´età uscire sola con te
E non avrei, non avrei multa da dirti
Perchè tu sai molte più cose di me
[Refrain:]
Lascia ch`io viva um amore romantico
Nell`attesa che venga  quel giorno, ma ora no
Non ho l`etá, non ho l`età per amarti
No ho l`età per uscire sola con te
Se tu vorrai, se tu vorré aspettarmi
Quel giorno avrai tutto il mio amore per te
Lascia ch´io viva um amor romantico
Nell´arttesa che venga quet giorno, ma ora no
Non ho létà per urcire sola con te
 Se tu verrai, se tu vorrai asppertarm
Quel giorno avrai tutto il mio amore per te

Non ho létà - Gigliola Cinquetti

terça-feira, 28 de junho de 2011

145-IVONE SILVA*

145-Vamos terminar o último post do mês de Junho de 2011 com
o "Cubo" da saudosa Ivone Silva, recordar para aqueles
que já não se lembram
      
                 O CUBO - IVONE SILVA

sexta-feira, 24 de junho de 2011

144-EFEMÉRIDES (Datas históricas)

144-Hoje é o dia 24 de Junho. Foi em 24 de Junho do ano 1128, faz hoje precisamente 883 anos que se travou a Batalha de São Mamede, entre D. Afonso Henriques e a sua mãe D. Teresa. Tendo o primeiro rei de Portugal vencido esta contenda. Inicia-se o processo que irá garantir a independência do Condado Portucalense face ao Reino de Leão. Assim nasce Portugal à bofetada entre mãe e filho. E agora somos nós que estamos a pagar as favas !...

143-EUGÉNIO DE ANDRADE*

143-AS PALAVRAS INTERDITAS

Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.

Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.

Os hospitais cobrem-sw de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te...E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.


As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.

Dói-me ests água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos noturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.

Eugénio de Andrade

142-JOSÉ RÉGIO - Sabedoria*

142-Sabedoria

Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quizer.

Dantes, ou muito ou pouco,

Sempre esperava:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão puco,
Que ninguém mais com tal se conformara.

Hoje é que nada espero.
Para quê, esperar?Sei que já nada é meu se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que ainda posso amar...
E venha a morte quando Deus quizer.
Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.

José Régio, in ´Poemas de Deus e do Diabo`

quinta-feira, 23 de junho de 2011

141-ARIANE É UM NAVIO - MIGUEL TORGA*

141-Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa.
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.
Carregado de sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...

Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.

Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.

MIGUEL TORGA Prisão do Aljube - Lisboa, 1 de Jan 1940

140-RUY BELO*

140-O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem da enchurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenham elas e o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal  será e lá serei feliz.
Poederá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raíz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver  à beira-mar
pode o tempo mudar será verão.
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro.
RUY BELO

quarta-feira, 22 de junho de 2011

139-JORGE DE SENA*

139-UMA PEQUENINA LUZ

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picola... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.

Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamarem-lhe voz ouviraam-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma trva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não: brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
JORGE DE SENA

138-Somos menos, felizmente*

138-O maior perigo que se põe actualmente à humanidade não é o da explosão nuclear, é o da explosão demográfica. Portugal tornou-se, porém, (com a Europa), excepção.
   O nosso País tem a taxa de fertelidade mais baixa do velho continente, continente onde ela entrou, nos últimos anos, em declínio acentuado. Felizmente.
    Produto desvalorizado pelo excesso, o homem só deixará, como consequência, de ser um desperdício quando escassear;  só quando os nascimentos forem actos desejados (por opção, por disponibidade) ele atingirá o estatuto qualitativo a que tem direito.
    Políticos, economistas, comunicadores, ideólogos repetem, porém, que estamos a envelhecer, a escassear, e fazem disso catástrofe para ínvias manipulações.
    As suas mentalidades formigueiras/coelheiras esquivam-se, no entanto, a dizer que o problema não é o de falta de gente nova  no mundo (nasce um milhão de pessoas  em cada 100 horas), mas o do seu desequilíbrio. Insistem mesmo em propagar  que Portugal (a Europa) está em perigo, que no ano 2020 doze por cento de nós terão mais de 65 anos; em divulgar a ideia de que um indivíduo (um país, um continente) que envelhece que estiola; não cuidam de assumir que os velhos são cada vez menos velhos, que tão fiável  é premir botões de máquinas aos 80  como aos 20 anos, que a sabedoria, a perspicácia trazidas pela idade compensam a força, a destreza levadas por ela.
    Não costuma ser, aliás, pelo facto de disporem  de populações rejuvenecidas que os estados se desemvolvem mais; o número de habitantes de um país não se revela indicador de progresso.
    "As florestas precedem as pessoas, os desertos acompanham-nas",  avisava Chateaubriand. O homem é um poluidor por condição: as hecatombes ocorridas são consequência da sua natalidade incontrolável, fomentada para haver cada vez cada vez mais mão de obra barata e farta, carne para canhão e camas, almas para pastorear e salvar.
    Vamos ser, em 2100, apenas 6,7 milhões de portugueses (a mesma população de 1920), catastrofizam demógrafos, E daí ?
    Quererão mais jovens para somar aos que deambulam sem ocupação, sem saída, sem futuro? mais jovens a viver dos pais e avós (que no final da vida têm de subtrair às cada vez mais subtraidas pensões o seu sustento?); mais jovens para alargar o mercado dos prostitutos, dos delinquentes, dos drogados, dos excluídos? Não lhes chegam  as centenas de crianças a dormir nas ruas de Lisboa? Não lhes bastam os milhares de adolescentes a procurar, em vão, o primeiro emprego?
     Líderes de opinião inculcam, entretanto,ideias segregacionistas entre as gerações. Insinuam que a culpa dos desequilíbrios pertence aos mais idosos por ocuparem lugares, monopolizarem privilégios, esgotarem recursos, bloqueando  os mais novos. Lutas surdam lavram, na verdade, a vários níveis, instigadas por semelhantes correntes de opinião, não se revelando que a instabilidade afecta todos os estratos etários, que não os séniores a barrar a ascenção dos jovens, mas os interesses instituidos que desarticulam uns e outros, hostilizam uns contra os outros por haverem tornado todos prescindíveis.
    Ninguem espicifica que a produtividade deixou de ser determinada pela partecipação dos humanos , para ser pela afinação das tecnonogias. Está em campo uma mentalidade gerontofólica (racismo para com os idosos) de consequências imprevisíveis.
   Semelhantes posturas levam a apontar como causa dos problemas o que são - despenalização do aborto, uso do preservativo, legalização do divórcio e do casamento homossexual -, consequências deles. As conquistas que representam não constituem ataques à família tradicional, mas mudanças ao seu paradignma, isto é, possibilidades para cada um escolher modelos de afectuosidade mais ajustados a si - o que significa um acentuado enriquecimento civilizacional.
Fernando Dacosta

137«MEA CULPA»

137-Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em armonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto e seixo.

Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria:
Não chamo à existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.

A Natureza é minha mãe ainda ...
É minha mãe ... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir; se estou desesperado;

Se nada há que me esqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza ...
É de crer que só eu seja o culpado!
A.Q.

sábado, 11 de junho de 2011

136-PASSEIO A SINTRA*

136-Agora vamos dar um passeio pela região de Sintra, a Sintra de George Byron e de Eça de Queirós, dos lugares mais bonitos da região de Lisboa.
                  SINTRA, SAMARITANA

sexta-feira, 10 de junho de 2011

135-REGRESSO AO PASSADO*

135-Não sei porquê, mas neste momento, apeteceu-me de repente, retroceder no tempo, e voltar aos anos 50, quando eu tinha a idade de 20 e poucos anos,apeteceu-me ouvir alguns sons que, na altura, eram novidade e fizeram grande sucesso no panorama internacional. Naquele tempo era rei o "vinil".
Teenager in Love. Interpete, Marty Willd.
Esteve em em 1959 13 semanas no  1º.lugar

Oh! Carolde Neil Sedaka
 13 semanas no Top em 1959
                                                                   
Sailor, Petula Clark
10 semanas no Top 2
Black is Black (1966), cantam Los Bravos
9 semanas na posição 2

Puppet on a String  (1967), Sandie Shaw
13 semanas no Top (posição 1)
San Francisco (Be Sure To Wear Some Flowers in Your Hair)
                      de  Scott Mackenzie
 1967, 14 semanas no Top

quinta-feira, 9 de junho de 2011

134-O FADO, Pintura de José Malhoa*

134-CANTA AMÁLIA RODRIGUES

Alguém,
que Deus já lá tem,
pintor consagrado,
que foi
bem grande e nos dói
ser já do passado,
cantou numa tela,
com arte e com vida,
a trova mais´bela
 da terra mais querida.
´
Subiu
a um quarto que viu
à luz do petróeo
e fez
o mais português dos quadros a óleo:
um Zé de samarra
com a amante a seu lado,
com os dedos agarra,
percorre a guitarra,
e alí vê-se o Fado !

Faz rir a ideia de ouvir
com os olhos senhores.
Fará,
mas não para quem já
ouviu, mas em cores.
Há vozes de Alfama
naquela pintura
e a banza derrama
canções de amargura

Dali
vos digo que ouvi
a voz que se esmera:
boçal,
um faia banal
cantando à Severa.
aquilo é bairrista;
aquilo é Lisboa
boémia e fadista,
aquilo é de artista:
aquilo é Malhoa !                                

133-LISBOA MENINA E MOÇA*

133-LISBOA MENINA E MOÇA
Composição: Ary  dos Santos/Paulo de Carvalho

No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanço o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêen tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada                    

Toalhada à beira mar estendida
Lisboa menina e moça , amada
Cidade mulher da minha vida
No terreiro eu passo por ti
Mas na Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e edronho
Que me faz cantar
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

quarta-feira, 8 de junho de 2011

132-Dar um giro pelo sul de Itália*

132-E se fossemos dar um "giro" pelo Sul de Itália e ouvir  aquelas belas canções
Napolitanas





Sorrento, Capri, Amalfi, Coast Italy
           Part 2

terça-feira, 7 de junho de 2011

131-José de Almada Negreiros*

131-RONDEL DO ALENTEJO

CANTA AMÁLIA RODRIGUES

Em minarete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.

Meia-Noite
do Segredo
no penedo
duma noite
de luar.

Olhos caros
de Morgada
enfeitada
com preparos
de luar.

Ropem fogo
pandeiretas
morenitas,
bailam tetas       
e bonitas,

bailam chitas
e jaquetas,
são as fitas
desafogo
de luar.

Voa xaile
andorinha
pelo baile,
e a vida
doentinha
e a ermida
ao luar.

Laçarote
escarlate
de cocote
alegria
de Maria
la-ri-rate
em folia
de luar.

Giram pés
giram passos
girassóis
e o bonés,
e os braços
destes dois
giram laços
ao luar.

O colete
desta Virgem
endoidece
com o S
do foguete
em vertigem
de luar.

Em miranete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.
            (in Contemporânea, nº.2, 1922)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

130-Raul de Carvalho*

130-SERENIDADE ÉS MINHA


                        À memória de fernando Pessoa


Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.


Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.


Carrega para a cama dos desempregados
todas as coisas verdes, todas as coisas vis
fechadas no cofre das águas:
os corais, as anémonas, os monstros sublunares,
as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.


Vem, serenidade,
com o país veloz e virginal das ondas,
com o martírio leve dos amantes sem Deus,
com o cheiro sensual das pernas no cinema,
com o vinho e as uvas e o frémito das virgens,
com o macio ventre das mulheres violadas,
com os filhos que os pais amaldiçoam,
com as lanternas postas à beira dos abismos,
e as procissões sem padre, sem anjos e, contudo,
e as esperanças dos pobres.


Vem, serenidade,
com a paz e a guerra
derrubar as selvagens
florestas do infinito.
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                      "VEM, SERENIDADE"
O BELO POEMA DE RAUL DE CARVALHO, POETA
DO ALVITO, BAIXO ALENTEJO, DITO PELA VOZ
INCONFUNDÍVEL DO GRANDE MÁRIO VIEGAS.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

129-José Afonso*

129-Epígrafe Para a Arte de Furtar

Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei
Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei
Sempre há quem roube
Quem eu desejo
E de mim mesmo
Todos me roubam
Quem cantarei
Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei
Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei
Roubam-me a voz
quando me calo
ou o silêncio
mesmo se falo
Aqui d`El Rei