A 29 de Novembro de 1923, um grande tufão passa, às oito e meia da manhã, sobre a cidade de Lisboa, acompanhado de grossa chuva, causando bastantes estragos e inundações em Santo Amaro, Regueirão dos Anjos, Intendente, Boavista e outros pontos baixos da capital.
Fonte: O Primeiro de Janeiro n.º 281, de 30-11-1923, 55º ano, p. 1
1924 - Morte de Giacomo Puccini Nasceu em 22 de Dezembro de 1858
A 29 de Novembro de 1924, morre, vitimado por um cancro na garganta, o compositor italiano Giacomo Puccini. Escreveu as sua primeiras peças para órgão influenciado pelas canções folclóricas da Toscana e pelo estilo verdiano. É autor, entre outras, das seguintes óperas: La Bohème, Madame Butterfly e Tosca.
neste país de ladrões... *** DESDE DE 2010 QUE ESTOU A SER ROUBADO DA MINHA PENSÃO EM MAIS 30 EUROS. ANDA UMA PESSOA A TRABALHAR E A DESCONTAR DURANTE 43 ANOS PARA AGORA ESTAR A SE ROUBADO POR ESTES CABRÕES.
ESTES FILHOS DA PUTA EM JULHO ROUBARAM-ME O SUBSÍDIO DE FÉRIAS E EM NOVEMBRO O SUBSÍDIO DE NATAl. OS FILHOS DA PUTA QUE VOTARAM NELES TAMBÉM SÃO CULPADOS.
794-ESTE É UM DOS MAIS BONITOS E EMOCIONANTES FILMES DOS ÚLTIMOS TEMPOS, UMA PRODUÇÃO IRANIANA QUE RECEBEU VÁRIOS PRÉMIOS. DOBRADO EM PORTUGUÊS DO BRASIL. (Filme completo)
793-SONNET III When I think my meanest line shall be More in Time’s use than my creating whole, That future eyes more clearly shall feel me In this inked page than in my direct soul; When I conjecture put to make me seeing Good readers of me in some aftertime, Thankful to some idea of my being That doth not even my with gone true soul rime; An anger at the essence of the world, That makes this thus, or thinkable this-wise, Takes my soul by the throat and makes it hurled In nightly horrors of despaired surmise, And I become the mere sense of a range That lacks the words whose waste might ‘suage
*** Quando penso que a minha mais simples linha permanecerá Além do Tempo mais do que toda a minha criação, Que futuros olhos mais claramente me sentirão Nestas páginas escritas mais que a minha direta alma; Quando conjeturo colocar-me em evidência Bons leitores de mim em tempos vindouros Gratos por alguma idéia do meu ser E não pela minha verdadeira esvaída alma-rima; Uma raiva na essência do mundo Que assim o faz, ou sabiamente o pensa Pega minha alma pela garganta e a atira Em horrores noturnos de desesperada desconfiança Eu me torno, o mero sentir de uma fúria Que necessita de palavras cujo desperdício pode amenizar
*** Primeiro poema
Ó terras de Portugal Ó terras onde eu nasci Por muito que goste delas Inda gosto mais de ti.
Fernando Pessoa 1895 (Primeiro poema de Fernando Pessoa dedicado a sua mãe quando ainda era criança) *** Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus.
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15; Publicado em Atena nº 5, Fevereiro de 1925
O Futuro de PortugalO que calcula que seja o futuro da raça portuguesa? — O Quinto Império. O futuro de Portugal — que não calculo, mas sei — está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra, e também nas quadras de Nostradamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem, que seja português, pode viver a estreiteza de uma só personalidade, de uma só nação, de uma só fé? Que português verdadeiro pode, por exemplo, viver a estreiteza estéril do catolicismo, quando fora dele há que viver todos os protestantismos, todos os credos orientais, todos os paganismos mortos e vivos, fundindo-os portuguesmente no Paganismo Superior? Não queiramos que fora de nós fique um único deus! Absorvamos os deuses todos! Conquistamos já o Mar: resta que conquistemos o Céu, ficando a terra para os Outros, os eternamente Outros, os Outros de nascença, os europeus que não são europeus porque não são portugueses. Ser tudo, de todas as maneiras, porque a verdade não pode estar em faltar ainda alguma cousa! Criemos assim o Paganismo Superior, o Politeísmo Supremo! Na eterna mentira de todos os deuses, só os deuses todos são verdade.
Fernando Pessoa, in 'Portugal entre Passado e Futuro'
Autopsicografia
Fernando Pessoa com 10 anos em Durban
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.27/11/1930
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
- 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos English Poems.
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
Os versos acima foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 1
788-FERNANDO PESSOA - UM GÉNIO PORTUGUÊS CHOVE HÁ SILÊNCIO
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, Como uma coisa certa que nos minta, Como um grande desejo que nos mente. Chove. Nada em mim sente...