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SONETO PARA A MORTE PRÓPRIA
Vejo grades brancas, deito-me ao comprido.
Sei que a morte vem por vultos de artifício,
Sei que ela desliza com seus dedos brancos
por flores de tédio ou de vício.
Sei que ela percorre entre céus parados
caminhos de amargura e desenganos.
Sei que ela procura e sei que ela descobre
o medo dos meus gestos, com seu ramos
de ódios e de dúvidas, signos e cansaços,
da breve hesitação com que destingo ou não
nos gestos os abraços,
da tanta dor do mundo, do mal que nos vigia
e do grande caos profundo com que inundo
de grades muito brancas cada dia.
JOÃO RUI DE SOUSA
SONETO PARA A MORTE PRÓPRIA
Vejo grades brancas, deito-me ao comprido.
Sei que a morte vem por vultos de artifício,
Sei que ela desliza com seus dedos brancos
por flores de tédio ou de vício.
Sei que ela percorre entre céus parados
caminhos de amargura e desenganos.
Sei que ela procura e sei que ela descobre
o medo dos meus gestos, com seu ramos
de ódios e de dúvidas, signos e cansaços,
da breve hesitação com que destingo ou não
nos gestos os abraços,
da tanta dor do mundo, do mal que nos vigia
e do grande caos profundo com que inundo
de grades muito brancas cada dia.
JOÃO RUI DE SOUSA
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