208-Gonçalo Salgueiro canta Camões
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na Terra sempre triste,
Se lá no assento etéreo onde subisto,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus que teus encurtou
Que tão cedo de cá me levou a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luis Vaz de Camões
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na Terra sempre triste,
Se lá no assento etéreo onde subisto,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algua coisa a dor que me ficouDa mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus que teus encurtou
Que tão cedo de cá me levou a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luis Vaz de Camões
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