terça-feira, 17 de janeiro de 2012

333-Imagem do Kaos

333-"Para ser sintético, o século XX português, produziu duas grandes anomalias: o salazarismo, que gerou 50 anos de atraso, e o cavaquismo, que só soube produzir duartes limas, tudo o resto são arredores.
o problema do cavaquismo, como bem saberão os apreciadores da mitologia, está para jasão e os argonautas, como o primeiro grande cancro de Portugal do séc. XX, o socratismo, está para os epígomos. jasão, lançou-se numa epopeia, no fim da qual encontrou o tosão de ouro e medeia; os epígonos, assumidamente mais frágeis, apenas encontraram cnos, bpns, fundações armandos vara, e os oráculos de vitor constâncio, com muita pedofilia pelo meio, e assim poderemos igualmente resumir a primeira década do presente século.
acontece que, em cem anos, muita coisa muda na tipologia de uma Nação. Pelo meio, tivemos uma guerra de interesses, que, entremeada com outra guerra de interesses, conduziu a uma Revolução, demasiado branda para as necessidades de uma sociedade oprimida ao ponto da explosão.
como entrou para o censo comum de todos os comentários de rua, o 25 de abrll deveria ter aprofundado, ao ponto de ter erradicado todas as metástases que nos gangrenaram o tecido europeu, mas não foi. triunfaram os brandos costumes, e a coisa voltou a entrar em derrapagem, desta em ritmo acelerado, mário soares, com todo o lastro que lhe conhecemos, foi e derradeiro político do século que compreendeu que não nos restava mais nenhuma opção senão a de enveredar pela recuperação do tempo perdido, e voltar aos tempos de glória, em que Portugal, uma das ste mais ricas nações do mundo, de então, aceitava dissolver-se na paridade de uma condigna comunhão europeia.
engano.
começou, então, o cavaquismo, uma segunda via de santa comba dão, onde, mergulhados numa chuva de fundos, direccionamos para o pontapé de arranque a que o plano marshall, tal como a guerra, nos tinha poupado, vimos, um após outro, serem destruídos os alicerces de qualquer economia: agricultura, pescas, produtos tradicionais, mineração, indústria transformadora, estaleiros navais, entre muitas coisas, foram transformados num país de alguns novos ricos, viciados em cocaína, e de muitos novos pobres, perdidos nas esquinas do "cavalo", da importação das sobras do mundo civilizado e da especulação das mafias de futebol, da construção civil, e dos bancos dirigidos por camorras enenarráveis."

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