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CAMINHEMOS SERENOS
Sob as estrelas, sobre as bombas,
sob os turbos ódios e injustiças,
no frio corredor de lâminas eriçadas,
no meio de sangue, das lágrimas
caminhemos serenos.
De mãos dadas,
através da última das ignomínias,
sobre o negro mar da iniquidade
caminhemos seremos
Sob a fúria dos ventos desumanos,
sob a treva e os furacões de fogo
dos que nem com a morte podem vencernos
caminemos serenos.
O que nos leva, é industrutível,
a luz que nos guia connosco vai.
E já que o cárcere é pequeno
para o sonho prisioneiro,
já que o cárcere não basta
para a ave inviolável,
que temer, ó minha querida?:
caminhemos serenos
No pavor da floresta gelada,
através das torturas, através da morte,
em busca do país da aurora,
de mãos dadas, querida, de mão dadas
caminhemos serenos
(Caminhemos serenos)
Papiniano Carlos