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DOIS POEMAS DA PRAIA DA AREIA BRANCA
1
Na praia da Areia Branca
os búzios não falam só do mar:
--falam das pragas, dos clamores,
da fome dos pescadores
e dos lenços tristes a acenar.
Búzios da praia da Areia Branca:
-- um dia,
haveis de falar,
ùnicamente do mar.
2
No fundo do mar,
há barcos, tesouros,
segredos por desvendar
e marinheiros que foram morenos ou loiros.
Ali, não são morenos nem loiros
-- são formas breves, a descançar,
sem ambições para os tesoiros
e de cabelos verdes dos limos do mar.
Serenos, serenos, repousam os mortos
-- enquanto o mar
ensina o mundo a falar
a mesma língua em todos os portos.
(Passagem de Nível)
Sidónio Muralha
DOIS POEMAS DA PRAIA DA AREIA BRANCA
1
Na praia da Areia Branca
os búzios não falam só do mar:
--falam das pragas, dos clamores,
da fome dos pescadores
e dos lenços tristes a acenar.
Búzios da praia da Areia Branca:
-- um dia,
haveis de falar,
ùnicamente do mar.
2
No fundo do mar,
há barcos, tesouros,
segredos por desvendar
e marinheiros que foram morenos ou loiros.
Ali, não são morenos nem loiros
-- são formas breves, a descançar,
sem ambições para os tesoiros
e de cabelos verdes dos limos do mar.
Serenos, serenos, repousam os mortos
-- enquanto o mar
ensina o mundo a falar
a mesma língua em todos os portos.
(Passagem de Nível)
Sidónio Muralha
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