terça-feira, 25 de novembro de 2014

1558 - «VIGÉSIMA CANÇÃO» - FERNANDO GUEDES

1558

VIGÉSIMA CANÇÃO

Havia estrelas
e lua e primavera...
Puríssima te entregaste
ao meu amor claro.
No instante alongado
falaste em milagres...
Puríssima te entregaste
ao meu amor claro.

Estrelas, Lua, Primavera.

FERNANDO GUEDES

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

1557 - «URJAL» - BRAGA, AMARES, SERAMIL

1557
 
Bom dia a todos.
Aldeias de Portugal - Urjal
Distrito: Braga - Concelho: Amares - Freguesia: Seramil

A aldeia de Urjal está encaixada nas encostas da serra de Santa Isabel e do monte da Abadia, pertencendo à freguesia de Seramil, concelho de Amares. No núcleo histórico da aldeia, sobressaem alguns espigueiros e um conjunto de casas rústicas, típicas do Minho, algumas delas renovadas e adaptadas para turismo rural. Não deixe fugir a oportunidade de ficar instalado numa delas: a tranquilidade e o contacto com a natureza são garantidos!

Atente, ainda, nos dois moinhos de água bem conservados que se encontram numa das extremidades da aldeia. Nas proximidades da localidade, mais precisamente na Serra de Santa Isabel, existe um troço de geira romana ou via nova romana (via XVIII antonina). Aproveite que aqui está e deslumbre-se com a vista marcada pelas encostas em socalcos e pelos pastos verdes pintalgados pelos famosos laranjais da região!
Fonte, fotos e saber mais:
http://www.aldeiasportugal.pt/sobre/18/#.VHL85ousWSo
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1556 - «APENAS» - FERNANDO GUEDES

1556

APENAS

Senhor,
Deus dos Exércitos e do poeta!,
desdobro-me a teus pés
em livro que se enrola.
A angústia, os crimes cometidos
e nunca fixados,
a saudade do longe
e a ânsia do profundo,
sacrifico-tos em holocausto
a um eu mais puro.

Rouba-me o amor e a presença;
leva-me a vista,
o ouvido, o tacto e o gosto;
leva a fortuna, o corpo
e leva o mundo...
´Mas fique certa a tua última dávida,
recebida do alto da tua divindade:
que fique a poesia.

             (Esfera, in Poesias Escolhidas)

FERNANDO  GUEDES



sábado, 22 de novembro de 2014

1555 - «A FORÇA DAS PALAVRAS»

1555

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1554 - «ESTE POEMA RESPIRA» - JOSÉ TERRA

1554

«ESTE POEMA RESPIRA»

Este poema respira. Em seus flancos
circula o sangue por artérias novas.
Rasgo-lhe a boca e beijo-o. Dou-lhe os olhos
selvagens e esta inocência que é

a sua vida eterna. Entre os salgueiros
esconde o corpo e o sexo recentes.
Há um cheiro a resina, um cheiro vivo
a semen, sangue, suor,  a flor carnívora.

Este poema é macho. Olhai seus músculos
retesos, suas ancas, seus artelhos,
seu sexo erecto, seu púbis, seus mamilos.

A primeira seta do sol fere-lhe os olhos.
Vede-o agora de rosto entre as mãos limpando
a sujidade materna com seu pranto.

JOSÉ TERRA

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

1553 - ALDEIAS DE PORTUGAL

1553

Mais Portugal

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Bom dia a todos.
Aldeias de Portugal - Gondomar
Distrito: Braga - Concelho: Vila Verde - Freguesia: Gondoma

1552 - «QUANDO NA MINHA TERRA» - JOSÉ TERRA

1552

«QUANDO NA MINHA TERRA...»

Quando na minha terra as flores se anunciam
e as belas raparigas acordam entre a chuva
com o azul dos seus olhos forrando um céu recente,
então sei que viver é ser um rio apenas,

um rio adolescente, um rio sem limites
correndo entre os lábios e os dedos da carícia
como um rapaz de luz para o coração do mundo,
como um barco de sol entre as veias do sonho.

Então que é verdade a cabeça e a montanha
e o meu amor nascendo na linha do horizonte
como a face da manhã apoiada na mão,
como a laranja madura entre os cabelos da noite,

Quando na minha terra o perfume das rosas
enche todo o vale e sobe pelas colinas
e a rapariga do vento para a meia encosta,
com os braçoa carregados de flores e de pólen;

quando os pássaros interiores se escapam pelos dedos,
tocando com as asas o espaço da cabeça,
quando os velhos assomam ao limiar das casas,
colhendo em suas rugas o primeiro desejo;

quando a rapariga de Maio desce pela encosta
com as flores de giesta e as amoras silvestres,
então é bom sentir a cintura da ânfora,
as têmporas unidas, as mãos que viajam.

Então é abandonar a alma sem fronteiras,
e o corpo entre as abelhas e os salgueiros em flor,
comer o alvo pão em toalhas de desejo,
correr com a cabeça erguida entre os pássaros,

aproveitar os dias até à última migalha
e receber a noite como se recebe a amante.

JOSÉ TERRA

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

1551 - ELÉTRICOS DO PORTO

1551

Elétricos do Porto

A rede de eléctricos da cidade do Porto, existente desde 1895, é explorada pela STCP, contando, em 2011, com três carreiras regulares de serviço de passageiros. A rede actual tem uma extensão de 8,9 km .

A bitola é de 1435 mm (bitola internacional), idêntica à do Metro do Porto e muito mais larga que a dos outros dois sistemas semelhantes em operação em Portugal: Sintra (1000 mm) e Lisboa (900 mm).
Wikipédia.

Fotos de Cidônio Rinaldi
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1550 - « BRASA» - JORGE DE AMORIM

1550

       BRASA

Não acender esta rosa.
Não, entornada, no vento.
Corola? Aroma,? Formosa
brasa comigo! Que alento,
de fúria bela, a consome?
Mas nunca a rosa: teu nome,
nunca!... E, intacto, em peso,
é levar todo o perfume
em brasa. E até au gume.
E só o coração ileso.

             (A Beleza e as Lágrimas)

JORGE DE AMORIM

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

1549 - NAZARÉ (PESCA)

1549

PESCA NA NAZARÉ

1548 - «TUAS MÃOS ESQUECIDAS» - FERNANDO GUIMARÃES

1548

«TUAS MÃOS  ESQUECIDAS...»

Tuas mãos esquecidas são as curvas de um rio
por onde vão chegando os gestos e os barcos.
Nelas, em cada veia, passa a sombra e o silêncio
que o tempo recolheu desenhado o teu rosto.

Cada canção que trazes apaga-se como lágrimas
quando contigo fogem as nuvens e o vento.
Apenas nos cabelos vão ficando as palavras
onde tu pronuncias o regresso da tarde.

Assim estás presente junto da nossa vida
quando o teu corpo nasce abrindo o horizonte
e vai abandonando, sem dor e sem mistério,
por entre as nossas mãos os ramos de uma fonte...

                                                           (A face Junto ao Vento)

FERNANDO GUIMARÃES





sexta-feira, 7 de novembro de 2014

1544 - «UM MUNDO INCRÍVEL FANTÁSTICO E MARAVILHOSO O PLANETA TERRA PEDE SOCORRO

1544


1543 - «NARCISO» - FERNANDO GUIMARÃES

1543

         NARCISO

Sereno adolescente
fitando o seu reflexo
para que junto ao rosto
a água principie.

Apenas pela tarde
uma canção repete
o destino que o vento
encontra nos teus lábios.

Pelos olhos erguidos
uma nuvem ficou
desenhando o seu corpo
como lenta memória.

A nudez vem cercá-lo
de praias ou de tempo
enquanto continua
um rio entre o seu nome.

FERNANDO  GUIMARÃES

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

1541 - «SINAIS» - JORGE DE AMORIM

1541

                   SINAIS

A cidade é formosa.
No coração dos quatro ventos.
Mas tu, esbelto,
situado
no coração ou ritmo da cidade
aberta.
Tu, intocável príncipe dos rumos!
Cruzam-te os rios , sim formosissimos;
níveas
as mãos, os gestos, da espuma rápida:
oh trespassado
das luzes, flechas da cidade bela,
oh, dessa aguda música, crucial, dos quatro tempos.
Cruzam-te os dias.
Mas ninguém sabe
como tu o ritmo de assinaturas:
-- Aonde queres, vai! A direcção é essa...
Tu,
intocável principe dos rumos.

JORGE DE AMORIM

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

1540 - AS CATARATAS DO IGUAÇU - BRASIL

1540
AS CATARATAS DO IGUAÇU - BRASIL


1539 - AS MAIS BELAS PAISAGENS DO MUNDO

1539

AS MAIS BELAS PAISAGENS DO MUNDO


1538 - «VEREDA» - JORGE DE AMORIM

1538

   VEREDA

Não é flecha
verde agudamente, mas apertada
pressa; busca. Parasíso
terno, em fito.

        Ah, fugidia!

Persigo-te,
vereda ou este empenho verde, amargo,
delgado rasto de veneno...
A ti, fina serpente.

                     (Palavras são Coisas Amadas)

JORGE DE AMORIM

sábado, 1 de novembro de 2014

1536 - «A MIRAGEM» CAMILO PESSANHA

1536

A MIRAGEM

Parei a cogitar. No meu cabelo
Torvelinhava um vento de oração...
-- Qual a acha que ardeu, feita carvão.
-- A água que esfriou, tornada gelo.

Ajoelhei. O meu peito era um vulcão.
No céu lagrimejava o sete-estrelo...
E o seu fino perfil pude inda vê-lo,
Num halo de pudor e devoção

Mas no meu coração, ardente lava,
Uma nuvem errática poisava,
E que longe obumbrou saudosas fráguas;

Hóstia santa de luz, desfeita em chuva,
Qual beguina de amor, de Deus viúva,
Num rosário a rezar, vertendo águas.

CAMILO PESSANHA