sábado, 9 de maio de 2015

1660 - «IGNOTO DEO» ANTERO DE QUENTAL

1660

«IGNOTO DEO»

Que beleza mortal se te assemelha,
Ó sonhada visão desta alma ardente,
Que reflectes em mim teu brilho ingente,
Lá como sobre o mar o Sol se espelha?

O mundo é grande --  e esta ânsia me aconselha
A buscar-te na Terra: e eu, pobre crente,
Pelo mundo procuro um Deus clemente,
Mas a ara só lhe encontra... nua e velha...

Não é mortal o que eu em adoro.
Que és tu aqui? olhar de piedade,
Gota de mel em taça de venenos...

Pura essência das lágrimas que choro
E sonho dos meus sonhos! se és verdade,
Descobre-te, visão, no Céu ao menos!
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ANTERO DE QUENTAL



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