sábado, 31 de dezembro de 2011

307-EFEMÉRIDES

307-No dia 31 de Dezembro do ano 406, os Vândalos cruzaram o Reno para invadir a Gália.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

306-SAFO

 306-"Safo" foi uma poetisa grega que viveu em Lesbos*, cuja capital era Mitilene activo centro cultural no século VII a.C., nascida algures  entre 630 e 612 a.C. Foi muito respeitada e apreciada durante a Antiguidade, sendo considerada "a décima musa". No entanto, sua poesia, devido ao seu conteúdo erótico, sofreu censura na Idade Média por parte dos monges copista, e o que restou de sua obra foram escassos fragmentos.

* Foi de Lesbos que teve origem a palavra "Lésbica"

Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:

"Mas, ha, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro, 
Safo". "Seja feliz", eu disse,

"E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu? Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.

Quantas grinaldas, no seu colo,
 - Rosas, violetas, açafrão - 
Trançamos juntas! Multiflores

Colares atei para o tenro
Pescoço de Atis; os perfumes
Nos cabelos , os óleos raros

Da sua pele em minha pele!
[...]
Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava
A sua sede" ([...}

Cai a lua, caem as pleiades e 
É meia-noite, o tempo passa e
Eu só, aqui deitada, desejante.

 - Adolescência, adolescência,
Você se vai, aonde vai?
 - Não volto mais para você,
Para você volto mais não.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

305-RENNÉE FLEMING*

305-Nascida em Indiana, Pensilvânia, EUA, em 14 de Fevereiro de 1959, Renée Fleming, é uma famosa soprano americana. Dona de uma flexivel voz de soprano lírico dotada de um timbre aveludado, rico e 
de grande facilidade e amplidão no registo agudo.

      A partir da Ópera Turandot, de Puccini, at the
Waldbühne concerto 2010











304-Agostinho da Silva

304-Encarar a Morte É talvez sinal de prisão ao mundo dos fenómenos  o terror e a dor ante a chegada da morte ou a serena mas entristecida resignação  com que a fizeram os gregos uma doce irmã do sono; para o espírito liberto ela deve ser, como o som e a cor, falsa, exterior e passageira; não morre, para si próprio nem para nós, o que viveu para a ideia e pela ideia, não é mais existente, para o que se soube desprender da ilusão, o que fere os ouvidos e os olhos do que o puro entender que apenas se lhe apresenta  em pensamento; e tanto mais alto subiremos  quando menos considerarmos a morte como um enigma ou um fantasma, quanto mais a olharmos como uma forma entre formas.

Agostinho da Silva, in "Diário de Alcestes"

sábado, 24 de dezembro de 2011

303-TORNA A SORRIENTO*

303- Telefonou o Tó Manuel  e fez alterações no Blog
Sitio do Vale
Torna a Sorriento, esta canção é muito  antiga, é da minha
juventude e é muito bonita..



















quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

302-Friedrich Nietzsche

302-A Comédia do Ambicioso

A Comédia do Ambicioso

Um homem que aspira a coisas grandes considera todo aquele que encontra no seu caminho, ou como meio, ou como ratardamento e impedimento - ou como um leito de repouso passageiro. A sua bondade para com os outros, que o caracteriza que é superior, só é possivel quando atinge o seu máximo e domina. A impaciência e a sua consciencia de, até aqui, estar sempre condenado à comédia pois mesmo a guerra é uma comédia e encobre, como qualquer meio encobre o fim -, estraga-lhe todo o convívio, esta espécie de homem conhece a solidão e o que ela tem demais venenoso.

Friedrich Nietzsche, in "Para Além de Bem e Mal"

Os Fortes Aspiram a Separar-se e os Fracos a Unir-se

Os Fortes Aspiram a Separar-se e os Fracos a Unir-se

O crescimento da comunidade frutifica no indivído um interesse novo que o aparta da sua pena  pessoal, da sua aversão à sua própria pessoa. Todos os doentes aspiram institivamente a organizar-se em rebanhos, o sacerdote ascético adivinha este instinto e alenta-os onde quer que haja rebanhos, o instinto de fraqueza  forma-os, a habilidade do sacerdote organiza-os. Não nos enganemos: os fortes aspiram a separar-se e os fracos a unir-se; se os primeiros se reunem, é para uma acção agressiva comum, que repugna muito à consciência de cada qual; pelo contrário, os últimos unem-se pelo prazer que acham em unir-se, porque isto satisfaz o seu instinto, assim como irrita o instinto dos fortes. Toda a oligarquia  envolve o desejo  da tirania: treme continuamente por causa do esforço que cada um dos indivíduos tem que fazer para dominar este desejo.

Friedrich Nietzsche, in "Genealogia da Moral"

Aprender a Ver
Aprender a Ver

Aprender a ver - habituar os olhos à calma, à paciência, ao-deixar-que-as coisas-se-aproximem-de-nós; aprender a adiar o juízo , a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. Este é o primeiro ensino preleminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que pôem obstáculos , que isolam.Aprender a ver, tal como eu o entendo, é já quase o que o modo afilosófico de falar denomina vontade forte: o essencial nisto é, precisamente, o poder não «querer», o poder de deferir a decisão. Toda a não-espiritualidade, toda a vulgaridade descansa na incapacidade de opor resistência a um estímulo - tem que se ragir - seguem-se todos os impulsos. Em muitos casos esse ser que é a doença, decadêndia , sintoma de esgotamento - quase tudo o que a rudeza afilosófica designa com o nome de «vício» é apenas essa incapacidade filosófica de não reagir. Uma aplicação prática do-ver-aprendido-a-ver: enquanto discente em geral, chegar-se-há a ser lento, desconfiado, teimoso. Ao estranho, ao novo de qualquer espécie deixar-se-o-há aproximar-se com uma tranquilidade hostil-. - afasta-se dele a mão o ter abertas todas as portas, o servil abrir a boca perante todo facto pequeno, o estar disposto a manter-se, o saltar-se de um salto para dentro de outros homens  e outras coisas, em suma, a famosa  »objectividade» moderna é mau gosto, é algo não-aristocrático par excellence.

Friedrich  Nietzsche, in "O Crepúsculo dos Ídolos"

domingo, 11 de dezembro de 2011

301-Andre Rieu*

301-Agora vamos ouvir uma menina
com 5 anos de idade a tocar no
piano um minuet de BACH  o que
fica bem provado que as mulheres
não se medem aos palmos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

299-JAMES LAST, Katherin Jenkins*

299-James Last "La Isla Bonita"
















Katherine Jenkins "L´Amore Sei Tu"
  (I Will Always Love You)

298-Fransz Kafka, Saint-Exupéry, Steve Jobs

298-NOSSA VERDADE

Nossa Verdade A verdade é aquilo que todo o homem precisa para viver e que ele não pode obter nem adquirir de ninguém. Todo o homem deve extrai-la sempre nova no seu próprio íntimo, caso contrário ele arruina-se. Viver sem verdade é impossível. A verdade é talvez a própria vida.

Franz Kafka, in ´Conversas co´m Kafk´

FELICIDADE COM POUCOS BENS

Felicidade com Poucos Bens Embora a experiência me tenha ensinado que se descobrem homens felizes em maior proporção nos desertos, nos mosteiros e no sacrifício do que entre os sedentários dos oásis férteis ou das ilhas ditas afortunadas, nem por isso cometi a asneira de concluir  que a qualidade do alimento se opusesse à natureza da felicidade. Acontece simplesmente que, onde os bens são em maior número, oferecem-se aos homens mais possibidades de se enganarem quanto à natureza das suas alegrias: elas, efectivamente, parecem provir das coisas, quando eles as recebem do sentido que essas coisas assumem em tal império ou em tal morada ou em tal propriedade. Para já, pode acontecer que eles, na abastança, se enganem com maior facilidade e façam circular mais vezes riquezas vãs. Como os homens do deserto ou do mosteiro não possuem nada, sabem muito bem donde lhes vêm as alegrias e é-lhes assim mais fácil salvarem a própria fonte  do seu fervor.

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

SE QUISERMOS VIVER A VIDA DE FORMA CRIATIVA

Se Quisermos Viver a Vida de Forma Criativa. É raro ver-se um artista na casa dos 30 ou dos 40 anos contribuir com alguma coisa realmente extraordinária. É claro que existem algumas pessoas com uma curiosidade inata, que são eternas crianças na maneira como se maravilham com a vida, mas são raras. Os nossos pensamentos constroem padrões semelhantes a dobras na nossa mente. Nós estamos efectivamente a esboçar padrões químicos. Na maioria dos casos, as pessoas ficam presas nesses padrões. como nos sulcos de um disco, e nunca saem deles.
Se quisermos viver a vida de forma criativa, como um artista, não podemos olhar muito para trás. Temos de estar dispostos a agarrar naquilo que fizemos, na pessoa que fomos, e deitá-lo fora.
Quanto mais o mundo exterior tenta impor-nos uma imagem nossa, mais difícil é continuarmos a ser um artista, e é por isso que muitas vezes os artistas têm de dizer: «Adeus. Tenho de ir. Estou a ficar maluco e vou sair daqui.» E depois ir hibernar para qualquer lado. Talvez mais tarde, voltemos a emergir de uma maneira um pouco diferente.

Steve Jobs

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

297-ZECA AFONSO*

297-Nunca uma canção proibida pelo
fascismo como " Os Vampiros" foi
tão actual.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

296-SISSEL*















296-A voz da encantadora Sissel na
famosa  canção "Over the Rainbow"

Judy Garland na mesma canção
 quando era ainda muito jovem.

domingo, 4 de dezembro de 2011

295-ZÉ CACILHEIRO*

295-Recordando aquele que foi o grande artista do
teatro ligeiro e que se chamou JOSÉ VIANA
acompanado pelo também actor Carlos Dias

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

294-O CAVALO DE CALÍGULA

294-Sabedoria de Calígula

Mandei-o descascar batatas,
respondei-me que os astros auguravam bom tempo.
Decididamente era verdade
que o imperador fizera o seu cavalo cônsul.

Jorge de Sena, Peregritatio ad loca infecta (1969)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

293-Millôr Fernandes

293-A AMBIÇÃO SUPERADA


A Ambição Superada Certo dia uma rica senhora viu, num antiquário, uma cadeira que era uma beleza. Negra, feita de mogno e cedro, custava uma fortuna. Era, porém, tão  bela, que a mulher não titubeou - entrou, pagou levou para casa.
A cadeira era tão bonita que os outros móveis, antes tão lindos, começaram a parecer insuportáveis à simpática senhora. (era simpática).
Ela então resolveu vender todos móveis e comprar outros que pudessem  se equiparar à maravilhosa cadeira. E vendeu-os e comprou outros.
Mas, então a casa que antes parecia tão bonita, ficou tão bem mobilada que se estabeleceu uma desarmonia flagrantre entre casa e móveis. E a senhora começou a achar a casa horrivel.
E vendeu a casa e comprou uma outra maravilhosa.
Mas dentro daquela casa magnifica, mobilada de maneira esplendorosa, a mulher começou, pouco a pouco, a achar seu marido mesquinho. E trocou de marido.
Mas mesmo assim não conseguia ser feliz. Pois naquela casa magnífica com aqueles móveis admiráveis e aquele marido fabuloso, todo o mundo começou a achá-la extremamente vulgar.


Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"

292-JOSÉ RÉGIO*

292-FADO PORTUGUÊS
o Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava.


Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,


Mãe, adeus, Adeus, maria.
guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.


Ora eis que embora outro dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinhero
que, estanta triste, cantava,
que, estando triste, cantava.


poema de josé régio
mísica de alain oulman