292-FADO PORTUGUÊS
o Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
que beija o ar, e mais nada,
Mãe, adeus, Adeus, maria.
guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinhero
que, estanta triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
poema de josé régio
mísica de alain oulman
o Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijosque beija o ar, e mais nada,
Mãe, adeus, Adeus, maria.
guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinhero
que, estanta triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
poema de josé régio
mísica de alain oulman
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