quarta-feira, 30 de março de 2011

32-S O S -PORTUGAL*

32-... Muitos respondem com o facto de o Estado ter habituado mal as pessoas, e é uma hipótese provável (a mais provável até). Podemos também lamentar o facto de a liberalização do ensino (levada a cabo pelo mesmo Presidente que hoje sugere "sobressaltos cívicos" ter servido apenas para concretizar virtualmente a sua "universidade", tendo criado nas universidades (e também nas "universidades" um monstro de licenciados que não consegue arranjar emprego. Pois bém: estes licenciados (predominantemente ligados ao Estado/serviços) não conseguem arranjar emprego porque o mercado de trabalho não lhes consegue arranjar utilidade nem valor. A utilidade que o Estado lhes foi criando e mantendo mas que se vê obrigado hoje a retirar; o valor que existe numa economia evoluida  e competitiva mas que não existe numa que se limita a sobreviver (não estamos a falar obviamente das grandes empresas) a uma máquina tributária sôfrega que serve essencialmente para resolver problemas criados pelo próprio Estdo  e principalmente pela banca.
Tudo isto parece caricato num país conhecido pelo seu bom clima, pelos seus vinhos, pelos seus móveis, pela sua simpatia, pela sua cultura, pela sua gastronomia, até mesmo pela sua moda. Num país que não é assim tão diferente de Itália, por exemplo. Já vi perguntar  por que razão se vende o mobiliário italiano em todo mundo, da mesma forma que se vendem os seus vinhos, da mesma forma que se vendem os seus carros.
E por que diabo não acontece isto connosco ?
Arrisco a segunda tese: Portugal não consegue sobreviver apesar dos seus políticos. As empresas estão demasiado dependentes do Estado, o Estado está demasiado dependente das empresas. Pois parece-me, então, que a sobrevivência da "geração à rasca" (e de todas as que ficaram "à rasca") só vai acontecer se e quando as pessoas deixarem de criar espectativas relativamente aos seus políticos  e derem como adquirido o facto de o Estado já não conseguir assegurar as prestações que assegurou outrora. Claro que é imoral  que o dinheiro dessas prestações seja esbanjado a salvar bancos da gente amiga, em compras inúteis, ordenados de gestores públicos que não produzem resultados, empresas públicas que nada têm de empresas nem de públicas, fundações e um sem fim de peças dadas como engrenagens \que nos fazem crer  que o Estado já não pode funcionar de outra forma. Pergunto: não terá chegado a altura de haver uma geração que crie fora do Estado ? Que tome conta das empresas, que lhes mostre o porquê de serem elas a perder por não a empregarem, que invente\ novas e que e revolucione as existentes ? Valerá a pena continuarmos a lamentar um Estado moribundo, uma política desprovida de pessoas competentes, um país de comentadores que subsumem o debate público às últimas declarações de um qualquer líder partidário, e nem sequer tentarmos chegar perto da "vida pública" (só lá estão os que deixámos que se mantivessem  e que legitivámos sentados em casa)? Não terá chegado a altura de voltarmos às universidades e de procurarmos melhor aquilo que o país precisa (mais do que licenciados" em cursos com nomes de hobby"), de lermos sobre o que de melhor se faz lá fora e em último caso de mudarmos de ramo (sendo que ainda vamos a tempo)?

Chegou a altura de vivermos apesar da política e não por causa da política. De interrompermos a espera pelo próximo boy, que nos vai prometer, obviamente, tudo aquilo que sabe que nunca vai conseguir cumprir mas que sabe ser essencial prometer para lá chegar (assustador é ver que líderes como Passos Coelho já nem se dão ao trabalho  de prometer o que quer que seja). Não é preciso confiar no governo para se criar valor; é preciso acreditar no país.
Eu não garanto que esta perspectiva optimista resolva o problema (nem sequer parte dele). Mas sem emprego e sem futuro chegou a altura de tentar novas armas : a rua foi um importante começo; o debate e o empreendedorismo são naturalmente o próximo passo. Se mesmo isto não resultar ... há sempre um ou outro  voo barato para o Canadá ou para a Noruega.
Pescar bacalhau soa, ainda assim, melhor que trabalhar a recibos verdes.
António Pedro Neto

terça-feira, 29 de março de 2011

31-Denúncia das TVs, por falta de isenção política

31-As TVs portuguesas são afrontosamente parciais e mesmo sectárias nos noticiários do dia-a-dia, na forma capciosa como veiculam notícias de cariz político, nas entrevistas que fazem  - em que chegam ao desplante de induzir respostas e mesmo abertamente sugerí-las - bem como nos comentários que emitem.

   Com tal inadmissível atitude subvertem repetida e impunemente a democraticidade da sociedade portuguesa, comportamento tanto mais grave quanto dispõem de um poder ilimitado, não sujeitto a qualquer escrutínio.

Os cidadãos são delubriados nesta armadilha, sendo os reais interesses do País e dos Portugueses sacrificados no altar das conveniênccias de gente que, sem-cerimónia, nos entra pela casa e nos violenta com as suas verdades distrocidas, obedientes a directivas não democráticas, de ominoso oportunismo  político pessoal ou de grupo.

     Nestes termos, torna-se imperioso que os portugueses se rebelem e, em sequência  das manifestações de vontade de democracia directa, ultimamente verificadas com o sucesso , o façam relativamente a outras áreas, porque os atropoelos antidemocráticos que retalham e ferem de morte a nossa sociedade não se limitam às áreas do poder estritamente político.

    Há, pois, que sugerir e pôr à sua disposição instrumentos que possam veicular a sua indignação pelo que vem sucedendo diariamente na Comunicação Social, especialmente na televisiva.

                          Estes os fundamentos da criação deste grupo.

Está na sua determinação o grupo tornar-se instrumento de pressão adequado e eficaz. Na imposição de um jornalismo mais respeitrador da pluralidade de opiniões,  mais consentâneo com uma sociedade democraticamente decente que pretendemos ver incrementada em Portugal e que estamos muito longe de atingir, muito por responsabilidade de gente de mentalidade pouco respeitável , que se acoita naquelas estações e à sus sombra vive. nelas praticcando descaradamente verdadeiros atentados à Democracia e a um estado de direito integralmente realizado.

Assim, é criado o grupo Denúncia das TVs por falta de isenção política a que podem aderir todos quantos julguem indispensável  fazer sentir que não estão a deixar-se manipular por quem o conceito de democracia é diariamente trucidado, em razão de interesses pessoais ou de grupo.

   Atente-se no caso deontologicamente inaceitável  de  nas TVs existir uma total e inadmissível promiscuidade e até clonagem entre jornalistas e comentadores, sem que ao menos haja o decoro mínimo de disfarce..

Diariamente assiste-se a jornalista  que "noticia" e, minutos após, aparece com a maoir desplante a "comentar" o que noticiou. Tudo sem um mínimo de isenção ou respeito pela deontologia.

   Não constituirá exagero dizer-se que o universo de jornalistas e comentadores se circunscreve, em cada grupo televisivo, a uma roda de dez adoze  pessoas que se revezam quase de hora em hora. O caso geral, muito embora na Sic Notícias atinja fortos de escânda-lo de proporções homéricas.

Sugere-se, pois, que a denúncia seja extensiva a todos os programas diários de informação - noticiosos ou de  comentário - de SIC e SIC Notícias, RTP1 e  RTPN, TVI e TVI24, pelo período que for julgado conveniente à medida que for avançando na iniciativa e consoante os resultados entretanto obtidos.

    Embora este documento vá assinado pelas pessoas que lhe deram corpo, a "assinatura" deve-sw apenas à circunstância  de um movimento destes não dever apresentar-se como de geração espontânea , anonimamente.
Termina, no entanto , imediatamente a seguir à última linha do documento, porque a intenção subjacente  à iniciativa é a de que a mesma seja de todos em geral e de ninguém em particular.

  O interesse do País reclama a ausência de vedetismos, até porque consequências de vãs vaidades temos vindo a sofrê-las de há muito tempo a esta parte e tal sofrimento tem sido demasiado penoso  para todos.»»»

segunda-feira, 28 de março de 2011

30-Um cidadão exemplar

30-Um cidadão exemplar

A este exigente líder, que quer assegurar a famosa uma maioria, um presidente, exijo eu e antes de mais, contas da sua governação enquanto primeiro-ministro, 11 anos durante os quais os fundos que se deveriam destinar ao desenvolvimento da pocilga, foram delapidados em cimento, alcatrão, formação profissional de faz-de-conta e prebendas aos amigos. Quem em 5 anos de presidência, manteve a postura cobarde do deixa andar, até ao buraco a que chegámos, a este cidadão exemplar, exijo eu a devolução das mais valias que obteve na trafulhice  do bnp que estou agora a pagar.

domingo, 27 de março de 2011

29-O HOMEM PRODUTO DE SI PRÓPRIO

                                                29-Não tenhamos ilusões

Alguém de senso comum acredita que um governo português, seja ele de cor política for e integre um, dois ou três partidos, por si só, tenha força política e anímica suficiente para dar por fim a tantas situações a necessitar de corte radical ?

Alguém de senso comum acredita que um governo português, por si só, tenha força política e animica suficiente para,  de repente, acabar com milhares de empresas públicas altamente deficitárias, absurdamente ruinosas, e institutos, fundações e outros organismos fantasmas, cuja finalidade consiste, única e simplesmente, em dar guarida a clientelas que têm que ser alimentadas custe o que custar ?

Alguém de senso comum acredita que um governo português, por si só, tenha força política e anímica para, contrariando a vontade de confederações patronais e sindicatos, fazer aprovar e cumprir decisões que todos sabemos absolutamente indispensáveis à reformulação do País, porque sem elas jamais conseguiremos sair do atoleiro em que estamos ?

Alguém de senso comum acredita que um governo português, por si só, tenha força política e anímica para actuar com firmeza nas áreas laboral e fiscal, e por no são a justiça portuguesa ?

Alguém de senso comum acredita que um governo português, por si só, tenha força política e anímica para cortar pela raíz tantos males que afligem a sociedade portuguesa e que estão nela alapados de tal forma que só com muito "sangue, suor e lágrimas" poderão ser extirpados ?

È evidente que ninguém de senso comum acredita em tal. E quem disser que sim, que acredita, que é possível, ou mente ou é inconsciente.

Assim sendo, como efectivamente é, ninguém acredita que se veja, mesmo que muito ao longe, alguma possibilidade de as coisas se modificarem de forma substancial.

È certo que é um alívio termo-nos livrado - veremos até quando - da arrogância, despotismo, atropelos às leis e às regras sociais, autoritarismo, enfim, de Sócrates. Tal não basta, porém, é preciso ir mais fundo, muito mais fundo, Porque o mal já existe antes de Sócrates. Este apenas o agravou, levando-o aos limites do inconcebível.

E ir mais fundo, implica uma descomunal força política e anímica, que não se vislumbram, tanto no quadro estritamente político nacional, como na sociedade portuguesa em geral.

A única forma de se dar a volta necessária, indispensável à actual situação é através de medidas muito duras e impopulares - embora mais justas do que as que o vilarista pretendia levar por diante - impostas com o respaldo do FMI. Só a força do FMI terá mesmo o poder de obrigar a que actue correcta e integralmente.

Supor que se pode alcançar o objectivo necessário por outra forma, é não viver de olhos e ouvidos bem abertos para as realidades da vida, no Portugal actual.

sábado, 26 de março de 2011

28-Equidistâncias

28-O Presidente da República quer manter-se rigorosamente equidistante em relação aos partidos. Tão equidistante que numa altura de crise  se limita a gerir silêncios e a brincar no Facebook e na página da Presidência. Os partidos vão-se mantendo equidistantes entre si. Da direita à esquerda querem todos manter as equidistâncias. O país mantém-se equidistante dos partidos. Os políticos equidistantes dos portugueses. A política equidistante da realidade.

Um dia chegará o tempo em que os portugueses estarão equidistantes de si próprios.Quando isso acontecer estaremos todos equidistantes da vida. Vegetando.
S.A.C.
A telenovela do momento actual

sexta-feira, 18 de março de 2011

27-A GERAÇÃO À RASCA*


 27-25  de Abril de 1974

25  de Abril de 1974. Estes ainda não eram rasca... Os filhos deles é que foram depois os da "geração rasca". Os portugueses sempre, desde que existem, foram criados à lambada. As árvores quando crescem devem ser amparadas para subirem direitas... E os "tugas" quando jovens devem ser endireitados à estalada, umas vergastadas no traseiro e que se lixe a liberdade. Esta só serve para os "pássaros" porque nasceram livres e não abusam da liberdade.
Vale a pena ler e meditar...



Não sei quem escreveu o texto abaixo, mas subscrevo o mesmo sem qualquer hesitação. Por isso reencaminho para todos os meus amigos recomendando vivamente a sua leitura.



Acreditem que VALE A PENA LER.



Geração à Rasca - A Nossa Culpa
Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca ?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
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Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem  (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
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Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criados, no antes ou no pós 1974, e quizeram dar aos seus filhos o melhor. Ansiosos por sublimar as suas próprias frustações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordonomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse.
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Mesmo quando as espectativas de primeiro emprego sairam goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo.  E éramos (quase) todos felizes.
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Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou. Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
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São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquer coisa phones ou pads, sempre de última geração.
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São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram aos filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, poque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar. A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
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Eis agora uma geração de pais impotentes e frustados. Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
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Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso à informação sem que isso signifique qu é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
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Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
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Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras. Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável. Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
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Há talento e cultura e capacidade e competência e solidedriedade e inteligência nesta geração?
Claro qu há.  Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! Os jovens que detêm estas capacidades-caracteristicas não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
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Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporânreos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
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E nós, os mais velhos, estaremos em via de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!! Novos e velhos, todos estamos à rasca. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
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Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque  é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Haverá mais triste prova do nosso falhanço? Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
POSTED

quarta-feira, 16 de março de 2011

26--UMA CANÇÃO DESESPERADA (Pablo Neruda)*


26-UMA CANÇÃO DESESPERADA

Emerge tu recuerdo de la noche en que estoy.
El rio anuda al mar su lamento obstinado.
Emerge a tua lembrança desta noite em que estou.
O rio junta ao mar o seu lamento obstinado.

Abandonado como los muelles en el alba.
Es la hora de partir, oh abandonado!
Abandonado com os cais na madrugada.
É a hora de partir, ó abandonado!

Sobre mi corazón llueven frias corolas.
Oh sentina de escombros, feroz cueva de náufragos!
Sobre o meu coração chovem frias corolas.
Ó porão de escombros, feroz caverna de náufragos!

En ti se acmularon las guerras y los vuelos.
De ti alzaron las alas los pájaros del canto.
Em ti se acumularam as guerras e os voos.
de ti bateram as asas os pássaros do canto.

Todo te lo tragaste, como la lejanía.
Como el mar, como el tiempo. Todo en ti fué naufragio!
Tudo devoraste, como faz a distância.
Como o mar, como o tempo.Tudo em ti foi naufrágio!

Era la alegre hora del asalto y el beso.
La hora del estupor que ardia como um faro.
Era a hora alegre do assalto e do beijo.
A hora do estupor que ardia como um farol.

Aansiedad de piloto, furia de buzo ciego,
turbia embriaguez de amor, todo em ti fué naufragio!
Ansiedade de piloto, fúria de mergulhador cego,
turva embriguez de amor, tudo em ti foi naufrágio!

En la infancia de niebla mi alma alada y herida.
Descubridor perdidi, todo em ti fué naufragio!
Na infância de névoa a minha alma alada e ferida.
Descobridor perdido, tudo em ti foi naufrágio!

Hice retroceder la muralha de sombra,
anduve más allá del deseo y del acto.
Eu fiz retroceder a muralha de sombra,
caminhei mais além do desejo e do acto.

Oh carne, carne mia, mujer que amé y perdí,
a ti en esta hora húmeda, evoco y hago canto.
Ó carne, carne minha, mulher que amei e perdi,
a ti nesta hora húmida evoco e faço um canto.

Como un vaso albergaste la infinita ternura,
y el infinito olvido te trizó como a um vaso.

Como um copo albergaste a infinita ternura,
e o esquecimento infindo estilhaçou-te como um copo.

Era la negra, negra soledade de las islas,
y allí, mujer de amor, me acogieron tus brazos.
Era a negra, negra solidão das ilhas,
e ali, mulher de amor, teus brços me acolheram.

Era la sed y el hambre, y tú fuiste la fruta.
Era el duelo y las ruinas, y tú fuiste el milagro.
Era a sede e a fome, e tu foste uma fruta.
Era a dor e as ruinas, e tu foste o milagre.

Ah mujer, no sé cómo pudiste contenerme
en la tierra de tu alma y en la cruz de tus brazos!
Ah mulher, não sei como pudeste tu conter-me
na terra da tua alma e na cruz de teus braços!

Mi deseo de ti fué el más terrible y corto,
el más revuelto y ebrio, el más tirante y ávido.
O desejo de ti foi mais terrível e curto,
o mais revolto e ébrio, o mais tenso e ávido.

Cementerio de besos, aún hay fuego en tus tumbas,
aún los racimos arden picoteados de pájaros.
Cemitério de beijos, ainda tens fogo nas tumbas,
ainda os cachos ardem debicados por pássaros.

Oh la boca mordida, oh los besados miembros,
oh los hambrientos dientes, oh los cuerpos trenzados.
Oh a boca mordida, oh os beijados membros,
oh os famintos dentes, oh os corpos trançados.

Oh la cópula loca de esperanza y esfuerzo
en que nos anudamos y nos desesperamos.
Oh a cópula louca de esperança e de esforço
em que nós nos juntámos e nos desesperámos

Y la ternura, leve como el agua y la harina
Y la palavra apenas comenzada en lo labios.
E a ternura, leve como a água e a farinha.
E a palavra que quase nem nascia nos lábios.

Ése fué mi destino y en él viajó mi anhelo.
y en él cayeó mi anhelo, todo en ti fué naufragio!
Foi esse o meu destino e nele viajou a vontade,
e nele caiu a vontade, tudo em ti foi naufrágio!

De tumbo en tumbo aún llameaste y cantaste.
de pie como un marino en la proa de un barco.
De tombo em tombo ainda chamejaste e cantaste.
Marinheiro de pé na proa dum navio.

Aún floreciste en cantos, aún rompiste en corrientes.
Oh sentina de escombros, pozo abierto y amargo.
Ainda floresceste em cantos, ainda romposte em correntes.
Ó porão de escombros, poço aberto e amargo.

Pálido buzo ciego, desventurado hondero,
descubridor perdido, todo en ti fué naufragio!
Pálido mergulhador cego, desventurado fundeiro,
descobridor perdido, tudo em ti foi naufrágio!

Es la hora de partir, la dura e fria hora
que la noche sujeta a todo horário.
É a hora de partir, a dura e fria hora
que a noite prende a todos os horários.

El cinturón ruidoso del mar ciñe la costa.
Surgen frias estrellas, emigran negros pájaros.
O cinturão ruidoso do mar abraça a costa
Surgem frias estrelas, emigram negros pássaros.

Abandonado como los muelles en el alba.
Sólo la sombra trémula se retuerce en mis manos
Abandonado como os cais na madrugada.
Apenas a sombra trémula se me torce nas mãos.

Ah más allá de todo. Ah más allá de todo.
Es la hora de partir. Oh, abandonado!
Ah mais além de tudo. Ah mais além de tudo.
É a hora de partir. Ó abandonado.

terça-feira, 15 de março de 2011

25-COMO SOMOS MANIPULADOS.

25-PELOS GRANDES GRUPOS ECONÓMICOS

Li algures que nos grandes supermercados, entre  OS QUAIS OS DO GRUPO SONAE, de um tal Belmiro não sei quê, OS PRODUTOS ALIMENTARES SÃO VENDIDOS COM UMA MARGEM DE LUCRO DE 100 %, ISTO É, DE CADA 1 EURO GASTO NA AQUISIÇÃO DO PRODUTO, ESTE É VENDIDO A 2 EUROS.

NOS PRODUTOS NÃO ALIMENT.  (ROUPA/FERRAMENTAS/LOUÇA/LÂMPADAS/ETC ...),
A MARGEM DE LUCRO ATINGE OS 300%, ISTO É, DE CADA 1 EURO GASTO EM AQUISIÇÃO DO PRODUTO, ESTE É VENDIDO A 3 EUROS.

MAS PARECE QUE O GRUPO SONAE NÃO É O ÚNICO QUE AGE ASSIM ..... A TOTALIDADE DO EMPRESARIADO PORTUGUÊS TRABALHA DA MESMA MANEIRA.

É ASSIM QUE TEMOS OS NOSSOS BOLSOS ASSALTADOS DIÁRIAMENTE, POR ESTES SENHORES, QUE ASSOCIADOS AOS POLÍTICOS QUE TEMOS, DEU NO DEU ......

Há muitas maneiras de roubar o produtor e o consumidor final,  e viva o neoliberalismo e a orgia do crédito.
     
Não há dúvida que o 25 de Abril foi uma porta aberta e escancarada para todos os oportunistas, corruptos e ladrões que andavam por aí disfarçados.


quarta-feira, 9 de março de 2011

24-NTES E DEPOIS DAS ELEIÇÕES

              24- **ANTES DAS ELEIÇÕES**


     *O nosso partido cumpre o que promete.
            Só os tolos podem crer que
        não lutaremos contra a corrupção.
    Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
               para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
 as máfias continuarão no governo, como sempre.
                 Asseguramos sem dúvida que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
      se termine com os marajás e as negociatas.
        Não permitiremos de nenhum modo que
          as nossas crianças morram de fome.
      Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
        os recursos económicos do país se esgotem.
              Exerceremos o poder até que
                          compreendam que
                       somos a nova política.
                                   **

                **  DEPOIS DAS ELEIÇÕES**
    Basta ler o mesmo texto DE BAIXO PARA CIMA** *
                       

segunda-feira, 7 de março de 2011

23-FESTIVAL DA CANÇÃO 2011



   23A  luta continua ! ...
  E viva o festival da canção !
  Uma reacção inesperada !!!!.....
        VEJA ESTE VÍDEO COM ECRÃ
        CHEIO, CLICK DUAS VEZES
        NO VÍDEO E ENTRE NO "YOUTUBE"

sexta-feira, 4 de março de 2011

22-OS EUNUCOS (Zeca Afonso)

22-Sempre actual

Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os pais

Em tudo são verdugos mais ou menos
No jardim dos hárens os principais
E quando os pais são feitos em torresmos
Não matam os tiranos pedem mais
Suportam toda a dor na calmaria
Da olímpica visão dos samurais
Havia um dono a mais na satrapia
Mas foi lançado à cova dos chacais

Em vénias malavares à luz do dia
Lambuzam de saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos pedem mais

José Afonso
                         

21-A VOZ DO POVO (PORTUGAL)

21-Um dos Motivos porque o Governo se tornou fiador de 20 mil milhões de euros de transacções infra bancárias.....???

Os de hoje, vão estar como gestores (de Banca amanhã, pois os de ontem, já estão por lá hoje.

Correcto ?????    Se pensa que não, vejamos:

EIS A LISTA:

Fernando Nogueira:
Antes - Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola
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José de Oliveira e Costa: (O TAL QUE ESTEVE NA GAIOLA)
Antes - Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora - Presidente do Banco Portuguên de Negócios (BPN)
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Rui Machete: (AGORA NINGUÉM O HOUVE)
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BNP; (o banco falido, é só gamanço)
Presidente do Concelho Executivo da FLAD
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Armando Vara: (AQUELE A QUEM O SUCATEIRO DAVA CAIXAS DE ROBALOS)
Antes - Ministro Adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP (demissionário a seu pedido, antes que levasse um chuto no rabo)
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Paulo Teixeira Pinto: (o tal que antes de trabalhar já estava reformado)
Antes - Secretário de Estado da Pres. do Conc. de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de ´trabalho´, saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000EUR x 15 meses por ano até morrer...)
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António Vitorino:
Antes - Ministro da Presidência e da Defesa
Agora - Vice - Presidente da PT internacional;
Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta - (e ainda umas ´patacas´ como comentador RTP)
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Celeste Cardona: ( a tal que só aceitava o lugar na Biblioteca do Porto se tivesse carro e motorista às ordens - mas o vencimento era muito curto)
Antes - Ministra da Justiça
Agora  - Vogal do CA da CGD (QUE MARAVILHA -ORDENADO PRINCIPESCO - O ZÉ PAGA)                
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José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES (VIVA O LUXO)
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João de Deus Pinheiro: (aquele que agora nem se vê)
Antes - Ministro da Educação e Negócios estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português (O TAL QUE DEU O BERRO)
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Elias da Costa:
Antes - Secrestário de Estado da Construção e Habitação -
Agora -Vogal do BES (POIS CLARO, AGORA É BANQUEIRO)
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Ferreira do Amaral: (O ESPERTALHÃO, QUE PREPAROU O
                                                                                       TERRENO)
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato (POIS CLARO À TRIPA FORRA)
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etc., etc., etc.....
O que é isto ?
Cunha ?
Gamanço ?
É Portugal no seu esplendor.
...e depois até querem que se declarem as prendas de casamento e o seu valor.
Já é tempo de parar esta canalha nojenta !
Não te cales. DENUNCIA !
Passa este e-mail, fá-lo circular por Porgual.
(Eu faço a minha parte. Por mim, estas sanguessugas já as tinha posto a trabalhar na estiva

Notícias para meditar

 Galp lucra 306 milhões de euros em 2010 e surpreende os analistas.
Cáritas diz que população portuguesa está cada vez mais pobre.    
Pudera, com tantos ladrões a roubar ! ...
Este povo é tão estúpido que quando vai votar, parece que está cego, não vê que está a votar em ladrões !






terça-feira, 1 de março de 2011

20-O ZECA BEM AVISOU*

20-O Zeca bem avisou

Passaram esta semana 24 anos que morreu José Afonso, mas continuamos a ouvir os seus cantares como qualquer coisa que está para além do tempo e os seus versos, sempre tocados por uma voz de emoção funda, arrebatam e inquietam as gerações mais novas. Não há outro autor, na canção portuguesa (só talvez Amália) que continua a influenciar tanto os artistas de hoje, que tantas vezes buscam nos seus versos inspiração para novas melodias, e outras para (re)interpretá-los ao sabor de novos caminhos da criação. Isso só acontece porque Zeca Afonso criou o seu próprio tempo, marcando-o  com poderosa originalidade, ao mesmo tempo que soube traduzir a dimensão colectiva e as aspirações de um povo. Por isso, ouví-lo, é sempre um reencontro. Ele soube tornar-se intemporal companheiro de jornada e os seus cantos, anunciadores de primaveras e de outros amanhãs, contém intacta a mensagem poética de esperança que ele trabalhou toda a vida. Com a mesma emoção, ouvimo-lo alimentar-se do veio lírico camoneano ou das canções tradicionais, de trabalho e de resistência, ou consubstanciar na sua poesia (que às vezes é surpreendente e surreal) um programa de felicidade para um país chamado Portugal, como se quizesse "avisar a malta" que a verdadeira aventura é transformar as coisas que nos servem como fatalidades e que a liberdade é um bem que se conquista todos os dias. Quando as desigualdades crescem e se reproduzem, à nossa volta, e os cavalheiros que dominam o sistema e são donos do poder arvoram como emblemas  de sucesso os números de riquezas colossais, apetece apurar o ouvido e escutar o Zeca a avisar-nos que, dançando "a ronda do pinhal do rei", "eles comem tudo, eles comem tudo, e não deixam nada" Ele bem avisou...
FPN-JF




Os "Vampiros" do Zeca Afonto, foi no tempo dos Salazarismos uma canção proibida em Portugal, porque continha conotações que não agradavam à Direita fascista.
  Naquele tempo os discos não eram editados em Portugal por isso quem ia lá fora podia sempre trazer uma cópia que depois divulgava clandestinamente. Eu fui um dos priveligiados que ouvia os discos proibidos pelo regime.
   Este vídeo "Os Vampiros" foi a última interpretação de José Afonso, no Coliseu dos Recreios, já ele estava muito doente.
     O 25 de Abril não acabou com os Vampiros, eles continuam por aí e cada vez mais gordinhos e anafados, tomaram conta das empresas públicas e do Estado e são os senhores das pensões vitalícias e dos rendimentos milionários. O 25 de Abril foi um trampolim para esta escumalha que nos governa e nos rouba descaradamente.