domingo, 31 de julho de 2011

172-ENYA*

172-Hoje é o dia 31 de Julho, é o Dia Nacional do "Outdoor".que já entrou no nosso léxico. Os ingleses preferem utilizar a palavra "Billboard" para o mesmo efeito.


Hoje é o último dia do mês de Julho e vamos fechar o último post do mês com uma bonita canção da Enya:









sábado, 30 de julho de 2011

171-ALBERTO CAEIRO*

171-Quando vier a primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã.

Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem,
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

Alberto Caeiro
1889-1915

terça-feira, 26 de julho de 2011

170-ANTÓNIO NOBRE*

170-Na praia la da boa Nova, um dia,
Edifiquei (foi esse o grande mal)
Alto Castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazuli e coral!

Naquelas redondezas, não havia
Quem se gabasee dum domínio igual:
Oh Castelo tão alto ! parecia
O território de um senhor feutal !


Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Um vento seco do Deserto e speen
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,

O meu condado, o meu condado, sim !
Porque eu já fui um poderoso Conde,
Naquela idade em que se é conde assim ...

domingo, 24 de julho de 2011

169-O FIO DA HISTÓRIA*

169-o fio da história

Para compreender os dislates económicos que alguns dos altos responsáveis da governação do país, em particular o Presidente da República, têm proferido ao longo dos últimos meses, é necessário recuperar o fio da história que nos conduziu até aqui.

Portugal aderiu à UE em 1986, era então primeiro-ministro o actual Presidente da República, e assim continuaria nos dez anos seguintes, quando todas as principais instituições que caracterizam hoje a UE foram definidas, como o Mercado Único Europeu e a Moeda Única (euro).

O diagnóstico que então foi feito de Portugal pelos responsáveis europeus e pelo dirigentes políticos nacionais foi o seguinte. Portugal tinha então uma elevada percentagem do PIB e da população activa na agricultura e nas pescas. E isso era considerado próprio de um país "atrasado". A indústria portuguesa era, então, constituída predominantemente por indústrias nacionais, como os têxteis, o vestuário, o calçado, a metalomecânica, etc. E isso era também considerado "atrasado". Portugal tinha também  uma produtividade do trabalho inferior à média da União Europeia, e esse era mais um sinal de um país "atrasado". E o escudo, era uma moeda forte em 1974, tinha desvalorizado fortemente em 1986, devido aos desmandos da governação democrática (que entretanto recorrera por duas vezes à ajuda  do FMI)*. E este era também um sintoma de que o país estava "atrasado".

A UE deu-nos então dinheiro para reduzir o peso da agricultura e das pescas na economia, pagando aos agriculturos e aos pescadores para ficarem em casa, ao mesmo tempo que os excedentes agrícolas dos países dos Norte da Europa invadiam o mercado nacional. Quanto às indústrias tradicionais, como os têxteis, o vestuário e o calçado, dava-se cabo delas abrindo-as à concorrência no espaço do Mercado Único Europeu, e mais ainda, à globalização, permitindo que os chineses a subtituíssem.

Ao mesmo, a UE dava-nos dinheiro para aumentar a produtividade, financiando a construção de estradas, portos. pontes, aeroportos e também a educação e a formação profissional. Esperava-se que a população activa agora liberta da agricultura, das pescas, dos têxteis, do vestuário e do calçado, se reconvertesse para sectorees mais modernos, talvez a biotecnonogia ou a engenharia espacial. Assim modernizados, nós poderíamos aguentar            uma moeda forte - o Euro.

Tudo isto foi feito com a assinatura e o entusiasmo do Professor Cavaco Silva à frente do governo. Tudo estava a correr bem. Agora é que iríamos deixar de ser um país "atrasado", liderados pela sua visão iluminada. Ele próprio dizia na altura que éramos "o bom aluno da Europa", esta sim, uma manifestação de atraso e subserviência que não lembraria ao diabo. E quem é que não gostava de uma moeda forte, como o Euro que vinha aí. Quem era? Só podia ser um atrasado ou louco.

No início da década de 90, o Governo do Professor Cavaco Silva, tendo como Ministro da Indústria o Engenheiro Mira Amaral, pagou ao famoso Michael Porter uns bons milhares de dólars para ele dizer quais seriam os sectores - a biotecnologia? a engenheria do espaço? as células estaminais ? - em que Portugal estava destinado a especializar-se, substituindo a agricultura, as pescas, os têxteis eo vestuário e o calçado.

Quando o resultado do estudo foi conhecido, a decepção não podia ser maior. Segundo Porter, Portugal tinha vantagens comparativas era nos têxteis, no vestuário, no calçado, no turismo, nos vinhos, e noutros produtos agrícolas, nas pescas, no mobiliário, e nos moldes da Marinha Grande - numa palavra, nos seus sectores tradicionais.

Apesar da desilusão, era ncessário seguir em frente. E assim fizeram todos os governos portugueses que se seguiram aos do Professor Cavaco Silva, sempre oleados pelos subsídios da EU que permitiam ganhar votos. Até nos conduzirem à situação em que nos encontramos.

E é agora o próprio Professor Cavaco Silva que nos diz que temos de voltar à agricultura e que precisamos de uma moeda fraca. É preciso ter lata.
Publicada por Pedro Arroja

quarta-feira, 20 de julho de 2011

168-ELIS REGINA*

168-Águas de Março
Elis Regina
Composição: Tom Jobim

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um toco sozinho...
É um caco de vidro
É a vida é o sol
É a noite é a morte
É um laço é o anzol...
É perabola do campo

É o nó na madeira
Caingá, candeia
É o matita-pereira...
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistéri profundo
É o queira ou não queira...´
É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da Cumeeira...
É chuva chuvendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canceira...
É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira...
É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão...
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho

terça-feira, 19 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

166-POBRE PORTUGAL

166-Cavaco, o Chefe da Quadrilha que Desgraçou Portugal
                       e Assassina os cidadãos
Que o bandido destruíu as pescas, a agricultura e a indústria é do conhecimento geral, embora a corja jornaleira encubra tanto quanto pode, a fim de provocar  a sua eleição e reeleição por um povo desinformado e por ela embrutecido. Muitos dos seus feitos gloriosos, porém, não voltaram ainda à superfície e continuam ainda escondidos e abafados pela mesma corja jornaleira que manipula as notícias.

Quem colocou os primeiros professores a contrato, simultaneamente aumentado os próprios vencimentos e da malta do partido em serviço do governo, direcções, gestores, deputados em 51%?

A máfia cavaquista caiu em cima dos fundos europeus de coesão  - destinados a preparar Portugal para o futuro, agora - com enorme sofreguidão. Roubaram quanto puderam para eles, para as famílias e amigos. Canalizaram parte desses roubos para as suas contas  em bancos e offshores. Tão fascinados ficaram com o assalto que se esqueceram de cuidar da economia. Os sobejos do que restou do gamanço e que ainda eram muito, puseram-no a circular para a população ter a ilusão de que tinha enriquecido e não precisava mais de trabalhar - dá sempre votos dum povo desnorteado que nem de se aperceber das consequências é capaz.

Fazemos aqui um aparte para nos perguntarmos: se fôssemos cidadãos dos paízes que mais contribuiram mandando para cá o dinheiro que pagaram com os seus impostos e vivessemos o que o governo do Cavaco fez dele, engendrando a miséria que se vê, estaríamos dispostos a dar-lhes mais?

Não foi ele também o inaugurador das instituições, das fundações e das empresas públicas e semipúblicas, das parcerias público-privadas, etc., para albergarem os parasitas das máfias? Não foi ele que inventou os 25 concelhos fiscais das empresas públicas, constituídos por cinco parasitas cada, pagos a Esc. 250.000$00 mensais cada para se reunirem uma vez por ano? (De notar que o sínbolo € substituíu Esc. e não o $, como os animais pedantes jornaleiros começaram a escrever e os iletrados ignorantes logo papagueavam).

Já se esquceram todos de quem era o mentor dessa corrupção e que queria que o governo do Guterres lhes pagasse indemnizações astronómicas quando saíssem? Porém, o Guterres limitou-se a anular o Decreto-Lei que os tinha nomeado mediante outro DL! Também diminuiu o número dessas comissões de parasitas, mas não teve a coragem de acabar com elas para os seus boys. Lixaram-se e esse mentor passou a odiar quem os lixou e a justiça com que foi feito. O povo foi de tal modo  desmemoriado que esse palhaço de vigarista-mor, mordomo do cavaquismo, pode andar agora a pavonear-se por aí armado em cavaleiro anticorrupção com a sua banha da cobra, que ninguém se recorda: o Rui Rio, pois é, paspalhões de garganta.
A região dele tem mais de 50% de beneficiários de RMG, ele diz que se deve acabar com esses subsídios e essa ideia-crime leva os pacóvios a votarem  nele. Muitos recebem esse subsídio indevidamente por incapacidade dos irresponsáveis que lhe o atribuiram e esses, sim, deveriam reembolsar o estado, mas denunciá-lo não dá votos, dá mais abastardando a verdade, como faz o vigarista. A mairia dos políticos são da sua região e ele reclama contra Lisboa, como se o local onde eles se encontrassem (fosse Faro, Guarda ou Bragança) pudesse ter algo a ver com os corruptos; e os mesmos parrecos espertalhaços bebem-lhe o vomitado e votam nele.
´
Que direito a reclamar pode ter alguém que aprove estes mafiosos, pais da corrupção nacional? Os tripeiros acham-se tão espertos, mas deve ser só das orelhas, que como se vê pelo comportamento são como a restante populaça, sem qualquer diferença, nem mais carneiros nem menos carneiros: iguais. É geral. Os políticos lograram-nos com a mesma facilidade com que o fazem com a restante população: usam os seus fracos e anestesiam os inocentes com histórias de embalar para lhes sacarem votos. A imaturidade sem igual é geral.

O Catroga fez um Decreto-Lei para aumetar a sua reforma e outro que, para acabar com a concorrência que a Cabos d´´Avila fazia a empresas que ele administrava, a impeliu à falência. É um dos exemplos que mostram bem que políticos ligados a finanças ou são corruptos ou acabam por o ser. Jamais chegar a faísca perto do carburante.
Diminuindo drasticamente as vagas para medicina (1,2) o Cavaco tem assassinado uma boa parte da população, cortando-lhe  o acesso à assistência médica e aumentando as esperas do  modo que se conhece, em que  se obtém uma consulta depois do mal se ter tornado crónico ou se ter morrido.
Vem agora, em discursos falaciosos, como costume seu, apregoar um sistema de saúde a duas velocidades: uma para quem dinheiro e outra para quem não o tem. Pretende assim o embusteiro preparar o caminho para a destruição dum sistema que ele quase incapacitou pela falta de médicos que lhe impôs, aprovando as ideias neoliberais do criminoso que nomeou como primeiro-ministro.
(Continua)

- Todo o homem é culpado do bem que não fez - Voltaire

- O mundo pode ser um palco, mas o elenco é um horror. - Oscar Wilde
- Para ser popular é necessário ser uma mediocridade - Oscar Wilde
- Quando quem manda perde a vergonha, quem obedece perde o respeito -
                                                                                                  Salazar
- A desigualdade dos direitos é a primeira condição para que haja direitos -.
                                                                          Friedrich Nietzeseche     
- A loucura é algo raro nos indivíduos - mas nos grupos, partidos, povos e
                                       épocas é a norma. - Friedrich Nietzsche               

sexta-feira, 15 de julho de 2011

165-ALEX JONES*

165-Colapso económico, Fome e Miséria Programados e Iminentes
Alex Jones explica como os banqueiros e os globalistas controlam
a implosão da economia mundial rumo a ...
 
CLICK DUAS VEZES SEGUIDAS NESTE VÍDEO,ENTRE NO YOUTUBE E VEJA COM O ECRÃ CHEIO.

164-ALEXANDER BORODIN*

164-Do russo Alexander Borodin e
da sua Ópera "O Príncipe
Igor",  "As danças polovetsian"
do primeiro acto.
  À conversa com os seus colegas de trabalho, dizia Borodin: "não passo de um compositor de domingo". Não me parece, acho-o mais um compositor de todos os dias. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

163-ESTE PAÍS É UMA ANEDOTA

163-este país é uma anedota

o senhor silva, eleito presidente desta choldra, deveria considerar a hipótese de não sermos todos absolutamente estúpidos e recatar-se o necessário para que o possamos respeitar enquanto cidadão, e líder da nação.

mas não, o homem não se dá ao respeito, e faz questão de se ir enfiando no saco de gatos que alberga os comensais da mesa orçamental.

vem isto a propósito de duas desonestidades intelectuais, deitadas da boca para fora como migalhas de bolo-rei:

a questão do rating da república. enquanto os socialistas se foram encarregando de falência, dizia o senhor em questão que deveríamos respeitar os mercados e amochar perante os especuladores financeiros. logo que o  seu partido chegou ao governo, tratou de diabolizar os mesmos mercados que, pondo-se o país a jeito, tão bem têm saqueado o gado.

a questão do SNS. veio o senhor defender que quem mais pode, deve pagar mais pelos serviços de saúde. e pergunto eu; mas, quem mais pode já não paga mais? aliás, muito mais, afinal de contas quem é que aguenta esta merda toda? são os gajos desempregados? ou os gajos que ganham 500 euros por mês? a ciganada do RSI? a malta isenta de IRS?

o que o senhor quis dizer é que, a classe média deve pagar as borlas todas e ir morrer aos privados ou, quando muito, ir morrer longe.

e este homem é presidente desta choldra. bem o merecemos.

AC-NA

terça-feira, 12 de julho de 2011

162-CONCERTO DE ARANJUEZ*

162-Do espanhol Joaquin Rodrigo Concerto de Aranjuez-Adagio
para alegrar um pouco as nossas almas:

161-POBRE EUROPA

161-Pobre Europa

Assistir a uma entrevista dada por Durão Barroso a uma televisão é um exercício deprimente e ajuda a reconhecer as verdadeiras causas e a real dimensão da crise europeia. O líder da Comissão Europeia fala de Economia com linguagem de cavador (como  uma vez Sousa Franco disse de Jorge Coelho), tem um discurso sem dimensão intelectual e cheio de banalidades, revela-se um político pequeno e mesquinho ao falar de assuntos domésticos ignorando a sua posição e tratando o país como um galinheiro.

Quando um líder da Comissão ignora o desmoronamento da zona euro e concentra a sua atenção na austeridade num dos mais pequenos países da Europa percebemos que o mal não está nas agências de rating como os oportunistas tentam fazer crer. O problema está na vulnerabilidade de uma Europa sem líders à altura que perante as consequências da sua inércia reagem à Cavaco Silva, depois de terem imposto programas de austeridade a três países descobrem que o mal é de as agências de rating serem americanas, disfarçam a incompetência com nacionalismos, um velho truque usado por políticos sem estatura.

É fácil dizer agora que a nacionalização do BPN foi um erro posição que até deverá estar certa, mas quando a fraude conduzida pelo núcleo do Cavaquismo conduziu o banco à falência ninguém, além do PCP e do BE questionou tal decisão. Foi benéfica para os banqueiros que mais tarde se juntaram paras recusar crédito ao Estado, foi uma bênção para os cavaquistas da SLN que assim tranferiram para os contribuintes os prejuízos provocados pelas suas tropelia e foi do agrado de uma Europa que apelava ao investimento público para delimitar os prejuizos da crise do sub prime e até levantou o limite aos défices estabelecidos na zona euro.

É a falta de visão de dirigentes europeus, mais preocupados com o seu cargo e em manter as mordonomias que conquistaram, que está a conduzir a Europa à maior crise da história da União Europeia. Gente pequena que não hesitou em empobrecer os cidadãos de três ou quatro países que vergonhosamente chamam periféricos, que para não questionarem os grandes interesses europeus destruíram décadas de esforços para aumentar a coesão social.

Durão Barroso não foi grande coisa enquanto militante do MRPP, da sua passagem como secretário de Estado só ficou para a história uma manta da TAP, foi um primeiro ministro incompetente e que acabou a esconder o défice com vendas de património e de dívidas fiscais à banca e como presidente da Comissão Europeia não passa de um dano colateral da invasão do Iraque, operação militar que apoiou com base em factos que sabia ou tinha fortes razões para pensar que eram mentira e graças à qual conseguiu apoios para ultrapassar António Vitorino e ficar com o cargo de presidente da Comissão Europeia.
P.por  S. da A.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

160-Ensopado de coelho

160-Quero o meu naco do empréstimo
 Será verdade que o dinheiro que pedimos emprestado ao exterior, antes de Cavaco ter dissolvido a Assembleia da República e ter comprado a passagem de Sócrates para a Sorbonne, foi só para garantir que podiamos  pedir mais dinheiro emprestado aos "nercados " ao preços quer eles entendessem?

Será verdade que ainda não parámos de ir aos "mercados" às compras de dinheiro e que eles, sabendo que ainda temos o dinheiro troiko para lhes pagar, não deixam de nos vender o dinheiro cada vez mais caro?

Será verdade que o dinheiro troiko que pedimos se destinava a por as contas em ordem e a pôr-nos a salvo da especulação dos "mercados" uma vez que nos fazia ficar fora desses "mercados" durante uns anos?

Se sim, então porque é que estão constantemente a dizer que continuamos a ir aos "mercados", que em princípio nos estão vedados, para comprar dinheiuro mais caro em vez de usarmos o dinheiro barato que os nossos amigos troikos cá deixaram ficar?

Por mim, vou reclamar o meu naco do empréstimo. Se o pedi emprestado era porque o queria usar e se me dizem que tenho de o pagar com o meu subsídio de Natal e com as outras alarvices que estão na forja, quero gastá-lo como muito bem me apetecer.

Irrita-me que andem a fazer empréstimos em meu nome e que eu tenha dos pagar sem que nunca sejam creditados. Ainda por cima em negócios que vejo à partida serem ruinosos e que se resumem a pedir dinheiro emprestado a 5% para garantir que me emprestem dinheiro a 16 %.

Dêem-me já o dinheiro que me compete e cá me hei-de governar com ele.
Se não puder comer bifes de boy, fico-me pelo ensopado de coelho.
LNT

159-Lynn Anderson*

159-Senhoras e senhores apresento-vos Lynn Anderson que em 1971 teve um grande sucesso com esta canção Rose Garden (não te prometi um jardim de rosas).
    Esta canção entrou para o top  (posição 3) em 6 de Março de 1971 e manteve-se 11 semanas no Top.

domingo, 10 de julho de 2011

158-Walt Whitman

158-Vida
Sempre  a indesencorajadora alma do homem
resoluta indo à luta
(Os contigentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso,
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"

157-SONETO DE LUÍS DE CAMÕES*


157-Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mufança
Tomando sempre novas qualidades.


Continuamente  vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem , se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
                        Luís de Camões

sábado, 9 de julho de 2011

156-RITA PAVONE - 1964*

156-Eu gosto de toda a música, desde a música clássica à ligeira. Da música que gosto menos é do jazz, que como dizia Françoise Sagan," a música de jazz é uma inquietação acelerada"
    A seguir vamos ouvir uma alegre e dançante melodia gravada
em 1964,  uma canção cheia de ritmo,  por essa então jovial Rita

Pavone.

155-DAVID MOURÃO FERREIRA - SONETO*

                                                                                                                                                                      
155-E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos.
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

sexta-feira, 8 de julho de 2011

154-MOZART*

154-Agora vamos ouvir aquele menino mágico que com 5 anos de
idade tocava piano para Reis e Papas condes e condessas e que se chamou Wolfgang Amadeus Mozart.
Sinfonia nº.40 K 550 in G minor  (Molto Alegro)
Orquestra amigos de Mozart

quinta-feira, 7 de julho de 2011

153-AUTOPSICOGRAFIA*

153-O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 6 de julho de 2011

152-GENTE COBARDE

152-Filha da putice

A decisão de reter parte do subsídio de natal a trabalhadores e reformados não é política. É uma cobardia, por parte de quem não tem coragem de afrontar o grande capital que foge ou está isento do pagamento dos impostos, os especuladores bolsistas ou, as empresas sediadas nos paraísos fiscais.

É um assalto fiscal a uma classe média cada dia mais débil e um acto criminoso de roubar gente que vive do seu trabalho presente ou passado, uma medida à Sócrates, populista, que apenas penaliza a classe média. Os pobres passam ao lado e os ricos estão-se cagando porque não têm cá o dinheiro nem assinam recibos de vencimento.

Muitos trabalhadores e reformados esperam estes complementos salariais para cumprirem com abrigações assumidas, dívidas contraídas ou, apenas para terem uma folga financeira. O estado, seja qual for o motivo, não tem legitimidade para se apropriar o produto do trabalho  dos seus cidadãos. E esta merda só é possível porque somos um povo de gente cobarde, sem tomates nem coluna vertebral ou, ponta de degnidade.

Os filhos da puta que roubaram os bancos, que se abotoaram dos 50.000.000.000 desaparecidos, que fizeran fortunas em contratos de favor em que o estado paga os prejuízos enquanto os privados arrecadam os lucros, não são molestados. A isto, chamam estes miseráveis que vivem da política, justiça social, sem pingo de rubor na tronba.

Até um dia
AC/NA

terça-feira, 5 de julho de 2011

151-ÁLVARO DE CAMPOS*

151-SONETO JÁ ANTIGO















Olha, Daisy: quando eu morrer
 hás-de dizer aos meus amigos ai de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de


Londres para Iorque, onde nasceste (dizes...
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
Que me deu tantas horas tão felizes,


embora não o saibas, que eu morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará... depois vai dar


a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande
raios partam a vida e quem lá ande!


Álvaro de Campos

segunda-feira, 4 de julho de 2011

150-SLIDESHOW*

150-SLIDESHOW- CANÇÕES " CATHAR RHYTHM

SUGESTÃO:
Clicar duas vezes seguidas no vídeo, entrar no YOUTUBE
E VER COM ECRÃ CHEIO, tem outra pinta.

149-É BOM NÃO ESQUECER*

149-Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror














     voz do padre Fanhais
A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças

D´África e Vietname
Sobre a lamentação
Dos povos destruidos
Dos povos destroçados

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
pecado organizado
Sophia de Mello Brynen Andresen

domingo, 3 de julho de 2011

148-JOSÉ RÉGIO - SONETO

148-Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o decreto fa fome é publicado
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno sacrifício
De trinta contos só! por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

JOSÉ RÉGIO

Soneto (quase inédito), escrito em 1969
no dia de uma reunião de antigos alunos.

147-SAÚDE

147-ESTE MEU POEMA TRISTE,

São nove horas. Tomado o pequeno almoço
preparo-me para\ sair, tenho compras a fazer,
vou au Minipreço, é o mais perto,
preciso comprar pão, tem mesmo que ser.

Ando com dificuldade. Pelo caminho
passa por mim uma senhora que me pergunta:
- A sua perna, que aconteceu com voçê ?
- Olhe, minha senhora, foi uma trombose, um AVC.

- Olhe, não desespere, eu também tive um AVC,
   até fiquei sem poder falar, e agora é como vê.
- Sim, vejo que a senhora recuperou bem, mas
  em matéria de "avc", não há dois casos iguais.

- Olhe, é preciso acreditar em Deus, ter fé.
   Desejo-lhe que recupere e muitas felicidades,
   e faça ginástica em casa, faça auto-fisioterapia.

Cruzo-me com pessoas na rua que são muito simpáticas,
dizem bom dia ou boa tarde, mesmo se as não conheço.
Deve ser do estado em que me vêem.

Às vezes ponho-me a pensar até que ponto
eu poderia ter sido culpado ou não deste AVC,
tive sempre muito cuidado com os comes e bebes.

Fazia análises com muita frequência, nas últimas
que fiz, antes do AVC, o médico disse-me
que eu tinha glóbulos a mais, perguntei-le

se isso era bom ou mau. Não houve resposta.
Fico a pensar se não se justificaria a receita de
qualquer coisa para diluir o sangue.

Há médicos que são apenas caça-consultas,
pouco lhes interessa a saúde dos doentes.