151-SONETO JÁ ANTIGO
Olha, Daisy: quando eu morrer
hás-de dizer aos meus amigos ai de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de
Londres para Iorque, onde nasceste (dizes...
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
Que me deu tantas horas tão felizes,
embora não o saibas, que eu morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará... depois vai dar
a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande
raios partam a vida e quem lá ande!
Álvaro de Campos
Olha, Daisy: quando eu morrer
hás-de dizer aos meus amigos ai de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de
Londres para Iorque, onde nasceste (dizes...
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
Que me deu tantas horas tão felizes,
embora não o saibas, que eu morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará... depois vai dar
a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande
raios partam a vida e quem lá ande!
Álvaro de Campos
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