domingo, 3 de julho de 2011

147-SAÚDE

147-ESTE MEU POEMA TRISTE,

São nove horas. Tomado o pequeno almoço
preparo-me para\ sair, tenho compras a fazer,
vou au Minipreço, é o mais perto,
preciso comprar pão, tem mesmo que ser.

Ando com dificuldade. Pelo caminho
passa por mim uma senhora que me pergunta:
- A sua perna, que aconteceu com voçê ?
- Olhe, minha senhora, foi uma trombose, um AVC.

- Olhe, não desespere, eu também tive um AVC,
   até fiquei sem poder falar, e agora é como vê.
- Sim, vejo que a senhora recuperou bem, mas
  em matéria de "avc", não há dois casos iguais.

- Olhe, é preciso acreditar em Deus, ter fé.
   Desejo-lhe que recupere e muitas felicidades,
   e faça ginástica em casa, faça auto-fisioterapia.

Cruzo-me com pessoas na rua que são muito simpáticas,
dizem bom dia ou boa tarde, mesmo se as não conheço.
Deve ser do estado em que me vêem.

Às vezes ponho-me a pensar até que ponto
eu poderia ter sido culpado ou não deste AVC,
tive sempre muito cuidado com os comes e bebes.

Fazia análises com muita frequência, nas últimas
que fiz, antes do AVC, o médico disse-me
que eu tinha glóbulos a mais, perguntei-le

se isso era bom ou mau. Não houve resposta.
Fico a pensar se não se justificaria a receita de
qualquer coisa para diluir o sangue.

Há médicos que são apenas caça-consultas,
pouco lhes interessa a saúde dos doentes.

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