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CANÇÃO
Canto o que apetece cantar.
Semente na lama, semente nas landes,
Espuma nas ondas,
Lagarta no fruto ou búzio no mar.
O cavalo com olhos de sono que anda à volta da nora,
E o peixe com olhos de vidro que anda à volta do aquário
O rodar constante e vário
Que anda à voltra duma hora.
Canto os teus olhos de água transparente,
E as medusas, que não precisam de olhar.
E o corpo da moça que estava na eira,
E a estrela da areia que estava no mar.
Ergo-me na ponta dos pés e canto
Na tua boca um beijo,
Alga e árvore que és.
ANTÓNIO NORTON
CANÇÃO
Canto o que apetece cantar.
Semente na lama, semente nas landes,
Espuma nas ondas,
Lagarta no fruto ou búzio no mar.
O cavalo com olhos de sono que anda à volta da nora,
E o peixe com olhos de vidro que anda à volta do aquário
O rodar constante e vário
Que anda à voltra duma hora.
Canto os teus olhos de água transparente,
E as medusas, que não precisam de olhar.
E o corpo da moça que estava na eira,
E a estrela da areia que estava no mar.
Ergo-me na ponta dos pés e canto
Na tua boca um beijo,
Alga e árvore que és.
ANTÓNIO NORTON
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