1716
UM MORTO DEU À COSTA
Tão sereno o rosto dele! e tão belos,
serenamente abertos, os seus olhos azúis!
-- Não lhes tocaram os peixes, não quizeram
violar-lhe (quem sabe!) aquela serenidade.
Nada lhe dizia o nome, a pátria, o navio
que foi a casa dele de porto em porto.
-- Seria um santo? acaso El-Rei Dom Sebastião?
-- Nunca se soube quem era Capitão Morto.
A sortilha no dedo: seu sinal de casado.
E um canivete e um rosário no bolso da farda.
Mas nada que dissesse, de escrito, o seu nome!
-- O Capitão Morto que botaram ao mar...
Um padre-nosso, por alma do santo
Capitão Morto arrojado p`lo mar...
PEDRO DA SILVEIRA
UM MORTO DEU À COSTA
Tão sereno o rosto dele! e tão belos,
serenamente abertos, os seus olhos azúis!
-- Não lhes tocaram os peixes, não quizeram
violar-lhe (quem sabe!) aquela serenidade.
Nada lhe dizia o nome, a pátria, o navio
que foi a casa dele de porto em porto.
-- Seria um santo? acaso El-Rei Dom Sebastião?
-- Nunca se soube quem era Capitão Morto.
A sortilha no dedo: seu sinal de casado.
E um canivete e um rosário no bolso da farda.
Mas nada que dissesse, de escrito, o seu nome!
-- O Capitão Morto que botaram ao mar...
Um padre-nosso, por alma do santo
Capitão Morto arrojado p`lo mar...
PEDRO DA SILVEIRA
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