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«CONTENTE NUNCA ESTOU»
Contente nunca estou; feliz não sei
Se existe alguém ou neste mundo ou noutro mundo.
Vou para o Nada, sou do Nada oriundo,
E entre dois Nadas desventura é Lei
Da cobarde esperança emancipei
A previsão do meu destino imundo.
Sou consciente do mal em que me afundo,
E consciente do mal continuarei.
Nem revolta me fica, apenas pressa
De me tornar por fim parada peça
No cósmico rolar nefasto e louco.
Depois quero dormir um sono enorme...
Que para uma aflição que nunca dorme,
A Morte, temo bem que seja pouco.
REINALDO FERREIRA
«CONTENTE NUNCA ESTOU»
Contente nunca estou; feliz não sei
Se existe alguém ou neste mundo ou noutro mundo.
Vou para o Nada, sou do Nada oriundo,
E entre dois Nadas desventura é Lei
Da cobarde esperança emancipei
A previsão do meu destino imundo.
Sou consciente do mal em que me afundo,
E consciente do mal continuarei.
Nem revolta me fica, apenas pressa
De me tornar por fim parada peça
No cósmico rolar nefasto e louco.
Depois quero dormir um sono enorme...
Que para uma aflição que nunca dorme,
A Morte, temo bem que seja pouco.
REINALDO FERREIRA
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