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O ÚLTINO DIA DE POMPEIA
Era um dia de Verão, um dia muito quente, era
o dia 24 de Agosto do ano 79. Jesus Cristo já tinha sido crucificado pelos
romanos havia alguns anos. O tempo passou a designar-se como DC (Depois de
Cristo), a nossa era.
Plínio
(o velho) vivia junto da Baía de Nápoles, em Miseno, habitava uma casa enorme e
vivia com uma irmã e um sobrinho, Plínio (o moço).
Plínio
(o velho) era um conceituado escritor romano, admirador da arte e cultura
Gregas, mas era também um grande naturalista interessado por tudo e todos os
fenómenos da natureza.
Plínio
está no seu Gabinete, às voltas com os seus escritos, quando a irmã o manda
chamar. Plínio não gosta de ser interrompido.
- Espero que esta interrupção se justifique.
- Gostávamos que
visses aquilo – disse a irmã.
Plínio
olha e fica deslumbrado.
-
É o monte Vesúvio!...
- Parece que sim –
respondeu o sobrinho
- Parece um pinheiro
manso – concluiu a irmã.
Do
monte Vesúvio saía uma nuvem cinzenta e negra que quando subia formava uma espécie
de copa larga como um pinheiro manso.
Além
de escritor, Plínio era também o almirante da frota marinha daquela zona. Manda
preparar os barcos e prepara-se para partir em direcção a Pompeia. Quer saber
de perto o que é que se está a passar e pergunta ao sobrinho se quer ir.
-
Queres vir Gaio?
- Não tio, eu fico a
fazer aquilo que me pediste.
Naquele
tempo não havia em Latim um termo que designasse vulcão. Tremores de terra,
havia muitos, mas vulcão era uma novidade para eles. Nem mesmo o próprio Plínio
por muito erudito e culto que fosse e era, não sabia o que é que se estava a
passar.
Plínio
não chegou a Pompeia. Quando recebeu as primeiras baforadas de gás venenoso
vindas do Vesúvio caiu morto no sítio onde estava.
Quando
a onda piroclástica atravessa a Baía de Nápoles e se dirige para Miseno, Plínio
(o moço) diz à mãe que têm que fugir e abandonar a casa.
-
Não, Gaio, só quando vier o teu tio.
- Não, mãe, o meu tio
não acredita nos deuses.
Quando
a onda está cada vez mais perto mãe e filho fogem pelos campos fora e ela
exausta diz para o filho:
-
Foge, Gaio, foge…
- Não mãe, não te
deixo, tapa a boca e o nariz.
Plínio
(o moço) foi salvo e ficou para contar a história. Milhares de pompeianos
morreram. Duas cidades importantes ficaram enterradas durante 1500 anos:
Pompeia e Herculano.
Faz
hoje 1928 anos que isto aconteceu. Parece que foi ontem.
Para
todos eles, patrões ou escravos, as nossas homenagens.
Jardim dos fujitivos
e os moldes dos corpos
preservados pelas
cinzas.
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