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Persona,
ou o fim despersonalizado dos Regimes
Para quem conhecesse esses mesmos gajos das "Produções Fictícias" e as suas célebres pielas, mescladas de conas de pretas, nas altas horas das "Docas", em paridade com o inapto Passos Coelho, ainda não Primeiro Ministro da Cauda da Europa, mas já no limiar do coma alcoólico, a coisa seria surpreendente, mas realmente não me surpreende em nada, habituado a um país onde os esgotos correm, não para baixo, mas para cima.
Persona,
ou o fim despersonalizado dos Regimes
É consensual a ausência de humor, em Portugal. A mais acabada
prova provada desse fracasso cultural é o sucesso que um fragmento presencial
de um oligofrénico, Hugo Rosa, atropelador de todos os
valores, incluindo o do direito soberano à inteligência, possa agora estar
a gozar, no Youtube das últimas semanas. Como hoje se diz, a estupidez
tornou-se viral, ou pior do que isso, agarrou-se ao Princípio de Peter e passou a dirigir
a própria Televisão.
Para quem conhecesse esses mesmos gajos das "Produções Fictícias" e as suas célebres pielas, mescladas de conas de pretas, nas altas horas das "Docas", em paridade com o inapto Passos Coelho, ainda não Primeiro Ministro da Cauda da Europa, mas já no limiar do coma alcoólico, a coisa seria surpreendente, mas realmente não me surpreende em nada, habituado a um país onde os esgotos correm, não para baixo, mas para cima.
Como dizia o outro, o Humor não é inefável, mas físico e
corpóreo, ou seja, exerce-se sempre CONTRA alguém, e Portugal,
idiossincraticamente, não suporta que ninguém do seu miserável imaginário possa
ser posto em causa: isso perturba o estado das coisas, e syriza a calma podre
das almas medíocres. A esta altura estarão a perguntar, por que é que este, com
o Mundo no estado em que está, vem aqui falar de Humor, mas eu não venho
falar de Humor, mas sim da Estupidez, que é uma das faces do estrangulamento da
coisa humorística, e pode ser o cenário da própria morte, como essa patética
encenação de "Charlie", o qual,
como o perfil incómodo das Twin Towers, foi arredado, à bruta, do horizonte.
Na verdade, este era um texto de 2014, que foi forçado à lista
de espera, pela premência do horror de Paris e da lufada de ar fresco de
Atenas, e vem agora, buscando como contra exemplo da crítica que fiz, uma
escrita de enorme qualidade, cujo alvo é aquela degenerescência cultural que dá
pelo nome de Letizia Ortiz, uma oportunista, que se pendurou, aliás, mais
propriamente, que se pilar del
riozou na Monarquia Española.
O texto é tão bom, naquela sólida veia das cantigas de escárnio e mal dizer,
que quase me apetece transcrevê-lo, em vez de o glosar, mas vamos à glosa, para
que todos possamos participar.
Começa assim: "Letizia Ortiz Rosacolano é uma anorética que ganhava a vida de "periodista" junto de Urdaci, até que se converteu, pelo matrimónio com o herdeiro da Coroa de España, na Princesa Herdeira Consorte do Reino de España. Fizeram-lhe uma transfusão e passou de pura plebeia de esquerda e "porreta" a ter sangue azul "y a creerse sandiós". Hoje em dia é mais monárquica que Felipe, e isso criou muitos anticorpos".
Começa assim: "Letizia Ortiz Rosacolano é uma anorética que ganhava a vida de "periodista" junto de Urdaci, até que se converteu, pelo matrimónio com o herdeiro da Coroa de España, na Princesa Herdeira Consorte do Reino de España. Fizeram-lhe uma transfusão e passou de pura plebeia de esquerda e "porreta" a ter sangue azul "y a creerse sandiós". Hoje em dia é mais monárquica que Felipe, e isso criou muitos anticorpos".
Evidentemente que só um princípio de isomorfismo poderia
encontrar uma operacionalidade entre a cáustica introdução anterior e um casamento
contra a natureza, que uniu a hiena Carrilha e a hiena Guimarães,
com aquela célebre metamorfose que faz com que, no falecimento do macho, uma
das fêmeas desenvolva o pénis, para cumprir a fecundação. Claro que o
isomorfismo é flácido, mas também o é o pénis, e nós, cá, somos mais modestos.
Segue o texto:
"desde que Letizia se casou com o príncipe, operou-se tanto que se
acredita que até consiga bater o recorde de Michael Jackson", embora pensemos que a sua estrutura
óssea e a resistência dérmica a tanto não permitam e algum melanoma subitamente
lhe interrompa a metamorfose, alheia a Kafka.
O passo seguinte da biografia é um da capo, construído, em espelho, como a Matthaüs Passion, BWV 244, e recorda, "quando
nasceu, os médicos pensaram que a sua mãe tinha parido um nariz gigante, para
lgo se darem conta do erro, já que atrás vinha uma menina com cara de
cavalo...", e chamo a atenção para este episódio comovente, que prova que
as cosmogenias têm sempre traços comuns, e esta epifania tanto se podia aplicar
a Letizia Ortiz como a Camila Parker-Bowles, o que é uma das provas cartesianas
da existência de Deus.
Parece que a este nascimento se sucedeu o desovar de duas outras
bucetas, Telma e Érika, sendo que a última "murió a los 31 años de edad
por ingestión masiva de un fármaco", dor só com paralelo com a partida
para o Aquém de Margarida Marante, na forma da Maragreta Marada da queima
cocada.
A parte fulcral vem agora, já que eu não estaria, sequer, a
abordar este tema, caso o ex marido não tivesse, depois de um longo silêncio,
que eu, um otimista, tenha pensado ser devido à Razão de Estado, mas poder não
passar, afinal, de um passo do crescente leiloar de valores, que agora terão atingido
os patamares pretendidos por Alonso Guerrero,
para publicar as memórias dos 10 anos em que andou a pernoitar na boca da
servidão da Consorte de España. Eu
sei que os números espantam, não os associados aos direitos de autor dessa
década escabrosa, mas sim a que, entre o casamento com o Jumento das Astúrias e
a atualidade tenha havido espaço para um matrimónio de uma década. A verdade é que
esta Bárbara Guimarães da Meseta Ibérica se enfiou debaixo do Professor de
Literatura do Instituto Alfonso II aos 16 anos (!), o que diz muito sobre as
perturbações emocionais e as ambições da anorética, Letizia Ortiz. Que a encornada estivesse grávida, e
Alonso Guerreo a tenha deixado prenha e de peles descaídas, para montar a
futura Reyna de España pouco conta, já que a generosidade dos pais de Leti -- é
assim que a tratam -- tenha decidido albergar a pequena puta, o professor Der Blaue Engel mais o par de cornos da abandonada.
Até à próxima publicação do diário de Guerrero, pouco se sabe
sobre este idílio de 10 anos, se excetuarmos que se revestiu do típico episódio
de posse de drogas, para a constipação, e descambou num típico aborto, o que
faz com que as infantas pálidas e goyescas dos Borbón tenham, algures, lá no
céu das alminhas pardas, um pequeno morcego, aliás, morcega, aliás murcièlaga,
arrancado com agulha de croché, do abençoado ventre de sua mãe, inveterada
parideira de fêmeas, e, contornada a Lei Sálica, etérea herdeira, in partibus, do Trono Bicéfalo de España.
Passou, depois, pela sua fase Clara Pinto Correia, quando "se fue a hacer
un Máster a Mexico y entre mojitos e tequillas, se lió con el dueño del
periódico Siglo XXI", uma espécie de "Expresso" sem
"Visão" de aqui ao lado. Foi, nesses entretantos, musa do pintor
cubano Waldo Saavedra... e.... e... não, estão enganados, não lhe
fotografou os orgasmos, mas "expô-se-a" toda descascada
num quadro, escarrapachado na parede de um restaurante duvidoso, até acabar
como "imagen promocional de uno de los discos del grupo Maná", e
aqui, surpreendam-se, ao contrário da alcoólica da "Lusófona", todo
este trajeto "le llevó a no
terminar el doctorado", onde se prova que entre abrir as pernas
a velhos e concluir doutoramentos não existe, propriamente, um coeficiente de
correlação, por muito que tal espante o Carlos Moedas.
Há todavia, semelhanças: enquanto a outra, na forma de um adeus
princesa da puta que a pariu, aviava todos os alemães da extinta Base de Beja,
já a Letizia marchava para o Crescente Fértil, uma espécie de Florence Nightingale
do ovário de eva, que se estendia para "una tórrida
aventura con un militar americano destinado por aquellos desérticos parajes".
As carreiras profissionais complementares são, depois, de Lineu,
e todas as fizeram na rota horizontal: "a CNN+, um canal privado do Grupo
Prisa, no qual se escarrapachou, durante dois anos, retransmitindo as notícias
matinais, numa grelha "que empezaba su
emisión a las cinco de la mañana, hora mítica que pocos saben si existe".
É normal que pouco se saiba disso, exceto que foi aí que Carlos Francino e
David Tejera a montaram, bem à justinha, bem antes do noivado com o Garanhão
Asturiano.
O resto é Peter puro: já com o noivado em marcha, com Felipe
entre o zapping e o fapping (arcaica onomatopeia anglicista para
"punheteio"...), galgou para a Televisión Española, no seu
"Informe Semanal", galambizando-se para a Segunda Edición do
Telediario, e voltando a galambizar-se ainda mais, ao lado de Alfredo Urdaci,
naqueles célebres duetos de telejornal da hora de maior audiência. Nada de
novo, já que o que pesou nela não foi o "aventalinho", mas a arte de
bem abrir as pernas para toda a sela. Poucos se deram conta, aí, de que
"la Princesa podría llevar corrector dental para mejorar el aspecto de sus
dientes". Nesta fase da sua ascensão meteórica, chamavam-lhe, e bem,
"Lecticia, la
ficticia".
Aqui é necessário fazer uma pausa, e um ponto da situação, já
que sendo "periodista, no estaba preparada para ser reina", muito
menos por que "conoció al
príncipe Felipe siendo prostituta de lujo [...] com padres divorciados" e
ela própria divorciada de um casamento abortado, quer pelo fracasso, quer pelo
aborto com que culminara. "Pero ao final, el amor pudo con todo y el
Príncipe y la periodista se casaron contra todo pronóstico", e, melhor
ainda, "la sentencia de divorcio con el professor de literatura
desapareció del registro y se guardó bajo siete llaves y lejos de miradas
indiscretas".
Depois de se casar, e como choviam
milhões, viciou-se no botox e na cirurgia. "Para disimular la frovolidad
dijeron que lo que se hizo fue una intervención de septorrinoplastia con el fin
de mejorar sus problemas respiratorios". Não cremos que tal se deva a
entupimento de coca, mas, a seu tempo, poderemos consultar o Miguel Sousa
Tavares sobre tal temática, já que quem tanto sabe de si, porventura mais dos
outros saberá, "pero da risa a pesar que se haya operado con el dinero de
sus súbditos y no con el suyo cuando trabajaba de periodista de segunda. Luego
le siguió otra de eliminación de bolsas de los ojos, otra de pómulos, aumento
de pechos, aparato dental y relleno de ácido hialurónico en cada arruga tres
veces al año".
"Si algo bueno se puede sacar de esta unión es que sus genes anulen un poco los genes de los Borbones que hacen que nazcan con cara de retrasados. La primera fue Leonor, luego Sofía de Borbón" e espera-se que mais bucetas se lhe sigam , já que, "actualmente se desahoga con su guardaespaldas, al cual le hace de todo menos la cobra..."
Para extraordinário, nada de mais exemplificativo, sendo que o feito subliminar de tal prosa seja que, desde então, confunda o arquétipo da personagem com a sua satirização: dela, doravante, o que primeiro veremos não será a sua ficção pública, mas o realismo da sua descrição. O mito foi liminarmente trucidado.
Sendo o texto fantástico, e na linhagem da melhor veia do sarcasmo peninsular, cumpre realçar aqui o seu outro intuito, que é uma alegoria do fim dos regimes: assim como as personagens podem ser excelentes, ao ponto de nos fazerem aderir a uma mudança de paradigma, também podem ser tão repugnantes ao ponto de fazerem vacilar o Regime em que medraram. Com Juan Carlos, cheguei, com España, a ser monárquico, para agora me tornar, et pour cause, com Felipe e Letizia, republicano. Já em Portugal, a coisa é ainda mais nauseante, com a fulanização do Regime a poder tornar-se tão atroz através de coisas, como Aníbal Cavaco Silva, a ocuparem a Presidência da República. Mesmo que mais não fosse, por pura higiene, alimárias dessas podem levar-nos a andar às rodas, às rodas, a pensar numa espécie de fuga em frente, para uma qualquer aflição monárquica, mesmo que sem objeto de fixação.
É muito mau, não é?... E é por isto, que, por vezes, nos dá mesmo vontade de syrizar, não dá?...
"Si algo bueno se puede sacar de esta unión es que sus genes anulen un poco los genes de los Borbones que hacen que nazcan con cara de retrasados. La primera fue Leonor, luego Sofía de Borbón" e espera-se que mais bucetas se lhe sigam , já que, "actualmente se desahoga con su guardaespaldas, al cual le hace de todo menos la cobra..."
Para extraordinário, nada de mais exemplificativo, sendo que o feito subliminar de tal prosa seja que, desde então, confunda o arquétipo da personagem com a sua satirização: dela, doravante, o que primeiro veremos não será a sua ficção pública, mas o realismo da sua descrição. O mito foi liminarmente trucidado.
Sendo o texto fantástico, e na linhagem da melhor veia do sarcasmo peninsular, cumpre realçar aqui o seu outro intuito, que é uma alegoria do fim dos regimes: assim como as personagens podem ser excelentes, ao ponto de nos fazerem aderir a uma mudança de paradigma, também podem ser tão repugnantes ao ponto de fazerem vacilar o Regime em que medraram. Com Juan Carlos, cheguei, com España, a ser monárquico, para agora me tornar, et pour cause, com Felipe e Letizia, republicano. Já em Portugal, a coisa é ainda mais nauseante, com a fulanização do Regime a poder tornar-se tão atroz através de coisas, como Aníbal Cavaco Silva, a ocuparem a Presidência da República. Mesmo que mais não fosse, por pura higiene, alimárias dessas podem levar-nos a andar às rodas, às rodas, a pensar numa espécie de fuga em frente, para uma qualquer aflição monárquica, mesmo que sem objeto de fixação.
É muito mau, não é?... E é por isto, que, por vezes, nos dá mesmo vontade de syrizar, não dá?...
«Do Blog Democracia em Portugal»
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