quarta-feira, 27 de agosto de 2014

1470 - «O DIA DE INVERNO» - NUNO DE SAMPAIO

1470

O DIA DE INVERNO

Oh, o dia de inverno, espaço branco e puro,
Silencioso e diáfano, sem arestas nem peso.

Ò curto e infinito pálido dia de inverno,
Com veias azuis sulcando duresas celestes.

O dia de inverno, de solidões empoadas,
Silhuetas exactas  e fantásticos trilhos
-- Deus de vidro tocando uma flauta de gelo.

Já viste as iris da neve, flores de cristal,
Que o vento gela e o sol desfaz
Na flutuação branca da neve tombando?

NUNO DE SAMPAIO 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

1468 - «O OUTONO» - ANTÓNIO REIS

1468

«O OUTONO...»

O outono
ainda tem a cor da areia
e já a luz passa
as folhas no teu rosto

Segues as ramagens
no vestido
e são naturais amor
as sombras inquietas

ANTÓNIO REIS


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

1464 - «DIFICULDADE DE GOVERNAR» BERTOLT BRECHT

1464

DIFICULDADE DE GOVERNAR

                             1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da                                                                                                    Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da                                                                                                    Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se-ia a nascer o sol
Sem a autorização do Fuhrer?
Não é nada provável  e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

                            2

É também difícil ao que nos é dito
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam  e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele não chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? e que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia                                                                                                       batatas.
                              3

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do                                                                                                        Fuhrer  .
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para                                                                                                  tortas
Não haveria necessidade de patrões nem proprietários.
É só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes..

                            4

Ou será que
Governar só é assim tão difícil  porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

 BERTOLT BRECHT

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

1463 - «SWIFT´S EPITAPH - W. B. YEATS

1463

SWIFT´S EPITAPH

Swift  has sailed into his rest;
Savage indignation there
Cannot lacerate his breast.
Imitate him if you dare,
Word-besotted traveller; he
Served human liberty.

W.  B.  YEATS

O EPITÁFIO DE SWIFT

Swift navegou até ao seu repouso;
Não pode aí a feroz indignação
Lacelar-lhe o peito.
Imita-o se fores capaz,
Entorpecido viajante do mundo;
Ele serviu a liberdade humana.

W.  B.  YEATS

terça-feira, 19 de agosto de 2014

1462 «AUTO-RETRATO» ALEXANDRE O`NEILL

1462

AUTO-RTRATO

O`Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicratizada.
Se a viagem de tal sujeito é o que vês
(omita-me o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O´Neill)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
      Mas sofre de ternura, bebe demais e ri-se
      do que neste soneto sobre si mesmo disse...

                                    (Poemas com Endereço)

ALEXANDRE O`NEILL

sábado, 16 de agosto de 2014

1460 - PAUL ÉLUARD «POEMAS POLÍTICOS»

1460

   Após o abandono mais profundo, quando, no fundo de si própio, já nada mais havia que a imagem da sua mulher morta, uma grande revolta o sacudiu.


ROCHEDO N´ÁGUA

Como um pássaro de pé numa armadura
Alma no vento numa gaiola escura
Como espada num fio dependurada
Como intensa paixão jamais compartilhada

Pretendo dizer sim e há um não que me trava
Toda a recordação se me torna odiosa
Tendo coragem me vejo prisioneiro
Fazendo amor só uma morta  amava.


     Estupidamente, sentiu-se vítima de uma injustiça. Sem se lembrar que a morte a habitara sempre, e não a sua, mas a que repousa no fundo de todos os seres porque dela fazem uma imagem que lhes é necessária, como um trampolim a projectá-los da infância e da velhice para a equilibrada barra de uma vida harmoniosa, fecunda.

Que nunca na sua vida´
É mãe das moscas em volta à sua morte.

    Movimento invertido de um tempo normal, até duro desejo
de durar. Sentiu-se vítima, estupidamente, vítima do tempo já pas-
sado e do tempo a chegar.

PAUL ÉLUARD

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

1459 - CONTINUAÇÃO DO BLOG ANTERIOR

1459

O casamento entre o céu e o inferno, é também a fusão
íntima, irreversível, entre a verdade e a beleza. Os poemas
políticos de Paul Éluard são esse casamento, e que o diga
aqui, finalmente, o primeiro  poeta a não se distinguir dos
homens: sei agora saudar a verdade...
      Ponham isto em cena, se o conseguirem. E também
a crença na felicidade que, em verso como em prosa, se
chama esperança. Sentimento que só pertence àqueles para
quem não existe outra religião que não seja a infinita possi-
bilidade de aperfeiçoamento do homem, outra filosofia que
não seja a que funda a possibilidade de transformar o mundo,
outro horizonte, mesmo no mais profundo do inferno, que
não seja o céu público, a felicidade humana.
     Os poemas políticos de Paul Éluard têm como fim  a
verdade prática. Aparecem em França, em 1948, cerca de
cem anos depois de Charles Baudelaire ter escrito: Desa-
parecei, pois, sombras  falaciosas de René, de Obermann
e de Werther; afundai-vos  nas névoas do vazio; criações
monstruosas da preguiça e da solidão; como os porcos no
lago de Genesaré, ide mergulhar nas florestas encantadas
de onde as fadas inimigas  vos tiraram, carneiros atacados
pela vertigem romântica. O génio da acção privou-vos do
lugar entre nós... O destino da poesia é grande! Feliz ou
lamentável, traz sempre consigo o carácter divino do
utópico. Contradiz sem cessar os factos, sob pena de
deixar de existir. Na prisão, faz-se revolta; à janela do
hospital, ela é a esperança ardente na cura; na mansarda
arruinada e suja, enfeita-se como uma fada com a ele-
gância e o luxo; não se limita a contactar, conserta. Por
toda a parte ela se faz negação da iniquidade. Caminha
pois para o futuro cantando, poeta provincial , pois o
teu canto é o decalque luminoso das esperanças e convic-
ções do povo!
       Trata-se nessa altura de Pierre Dupont (1). Trata-se
hoje de Paul Éluard, e o mundo mudou de tal modo em cem
anos, que a poesia se não limita já negar os factos, antes
os secunda. Pois passámos do tempo da divina utopia, ao
da eficiência humana. 
                          
                                            Aragon  

(1) N.do T. --Poeta françês, publicou, em 1851, um livro de
poemas chamado Chants e Chansons, de cuja introdução fazem parte as palavras de Baudelaire, anteriormente citadas.

1458 - «ORFEU» POEMAS POLÍTICOS - PAUL ÉLUARD

1458

ORFEU

Ah, abandonarei agora o amigo que é penoso no-mear, como se ele não fosse ler o que aqui escrevo. A partir deste momento, falarei apenas  de um certo Orfeu, devem conhecer, que tinha descido aos Infernos mas viria a sair  sòzinho. E lá longe, atrás dele, se ia desvanecendo a imagem da morta, Eurídice, presa na margem infernal... Que sabemos nós acerca de Orfeu quando regressou ao céu público, o céu de todos os homens? Sabemos que percorreu os montes Rifeu e que desceu as neves de Tanaís. Os seus cantos não chegaram até nós e, tanto quanto os posso imaginar, deviam manter o timbre infernal. Aquele lamento de Gluck(1) que representa, na ópera fabulosa, a área da coragem, talvez...Orfeu encontrara de novo o céu de onde toma a neve ou o sol abrasador das Bacantes, mas não tinha conseguido reencontrar os homens nem compreendera que, para eles, o céu e o inferno são uma e a mesma coisa: e a isso chama-se Terra.
_____________
(1) N.do T. - Christopher Willibald Gluck (1714-1787);  compositor alemão, autor das óperas:
Orfeu, Alcestes, Armida,  Efigénia em Áulida, etc.

  
Quando a futura grandeza de Paul Éluard existir enfim, saber-se-á que era nisto que ela residia. Nem Rimbaud nem Orfeu, mas um homem que reencontrou a Terra.

    Deixai-me pois julgar do que me ajuda à vida.
    Eu trago a esperança aos homens que estão fartos
   Mau grado as alegrias robustas do amor.

    O que o ajuda à vida, é ajudar os outros a viver.
E isto não tinha Orfeu imaginado. Tanto pior para
a ópera fabulosa


O CASAMENTO ENTRE O CÉU E O INFERNO

     A este respeito penso em William Blake. E numa imagem de Blake onde vê o inferno, o inferno romântico, desenhado por ele, não segundo as visões  do seu céu secreto, mas a partir
de uma oficina metalúrgica real, com os operários do País de Gales diante do forno depudelar (1).
     Do horizonte de um homem ao horizonte de
todos é, primeiro que tudo, do inferno de um homem ao inferno comum.



        Há os maciços da cor do sangue em Espanha

        Há os maciços da cor do céu na Grécia
        O pão o sangue o céu e o direito à esperança
        P´ra todos os sem mal que o mal odeiam.


(1) N. do T. - Forno onde se procede à purificação
do ferro fundido

        Quer o queiramos quer não. E, no fim contas, as Bacantes triunfam sobre Orfeu. E Nerval (1), se tivesse sabido isso, ter-se-ia  ido inforcar no candeeiro? Quanto ao jovem Rimbaud, apenas encontrou Harrar, essa derrota, essa irrisão (2). Não souberam unir o céu e o inferno. Não souberam reconhecer, opostos e semelhantes, os seus inferno e céu no céu-inferno
de todos os homens. Desconheciam que a vida é a
luta, pois aceitaram a fuga, a derrota e a morte.
Desconheciam que a vida é a união dos contrários, que só na morte se separam. Aliás, foi unicamente na morte que os homens imaginaram estas duas coisas que não existem separadas, o céu e o inferno. O casamento entre o céu e o inferno é a vida, que é a luta do anjo e do demónio. A vida, que é o homem.
      E aqui reaparece Paul Eluard. Com ele, com o seu exemplo, é posto ponto final a qualquer coisa. No vestiário da História é pendurada uma certa concepção de poeta. Já nada poderá obstar a que a velha contradição tenha sido ultrapassada: o sonho e a acção , o céu e o o inferno, a poesia pura e a política... Porque o casamento entre o céu e o inferno tem um nome actual: política, a palavra grega que Orfeu não soube dizer às Bacantes, a injúria que os poetas do passado não se atrevem a pronunciar, a solução
comum para o problema de um homem e de todos, o horizonte de
um homem e de todos, o terceiro termo onde se resolve enfim a
contradição, a grande lei da luta, o princípio vital, o fogo de
Heráclito (1).


(1)  N.do T. -- Gérard de Nerval, poeta françês, nascido em 1808,
suididou-se em 26 de Janeiro de 1885, enforcando-se num candeeiro de iluminação pública. Autor de várias obras de poesia e prosa, entre elas Aurélia e Les filles du feu

(2) N.do T.-- Rimbaud, cuja obra foi escrita, na sua totalidade,
entre os dezasseis  e os dezanove anos, exilou-se voluntáramente de
França e da poesia, indo para Harrar, cidade da Etiópia, onde levou
uma vida trágica e obscura.






quinta-feira, 14 de agosto de 2014

1457 - «PORTINHO DA ARRÁBIDA» SETÚBAL PORTUGAL

1457

PORTINHO DA ARRÁBIDA  - SETÚBAL PORTUGAL

1456 - MAGIA - THOMAS WOLFE

1456

-   MAGIA  -

E quem dirá
-- seja qual for o desencanto futuro --
que esquecemos a magia,
ou que pudemos atraiçoar
na terra amarga, a canção
e o ouro?

THOMAS  WOLFE






quarta-feira, 13 de agosto de 2014

1455 - «A MEU FAVOR» - ALEXANDRE O´NEILL

1455

 A MEU FAVOR

A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai  partir para o infinito
Esta noite ou uma noite  qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

ALEXANDRE O´NEILL

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

domingo, 10 de agosto de 2014

1453 - «PIOR VELHICE» - FLORBELA ESPANCA

1453

Pior VelhiceSou velha e triste. Nunca o alvorecer 
Dum riso são andou na minha boca! 
Gritando que me acudam, em voz rouca, 
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer! 

A Vida, que ao nascer, enfeita e touca 
De alvas rosas a fronte da mulher, 
Na minha fronte mística de louca 
Martírios só poisou a emurchecer! 

E dizem que sou nova ... A mocidade 
Estará só, então, na nossa idade, 
Ou está em nós e em nosso peito mora?! 

Tenho a pior velhice, a que é mais triste, 
Aquela onde nem sequer existe 
Lembrança de ter sido nova ... outrora ... 
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

1452 - «PARTO DA PAIXÃO» W. B. YEATS

1452

THE TRAVAIL OF PASSION

When the flaming lute-thronged angelic door is wide;

When an immortal passion  breathes  in mortal clau;
Our hearts endure the the scourge, the plaited  thorns, the way
Crowded whit  bitter faces, the wounds in palm and side,
The vinegar-heavy sponge, the flowers by Kedron stream;
We will  bend  down and loosen our hair over you,
That it may drop faint perfume, and be heavy whith dew,
Lilies of death-pale hope, roses of passionate dream.


W.  B.. YEATS


PARTO DA PAIXÃO

Quando a flamejante e angélica porta se abre num 
                                                               [tumulto de alaúdes,
Quando imortal paixão respira em mortal argila,
O nosso coração suporta o flagelo, a coroa de espinhos, o caminho
Povoado de rostos amargos, a ferida das mãos, a ferida dos flancos,
A esponja pesada de vinagre, as flores junto ao rio Kedron;
Sobre ti inclinados soltaremos os cabelos
Para que leve perfume se desprenda, cheio de orvalho,
Lírios da esperança em sua mortal palidez, rosas de apaixonado                                                                                                    sonho.

W.  B.  YEATS

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

1451 - «COM O TEMPO A SABEDORIA» - W. B. YEATS

1451

THE COMING 0F WISDOM WITH TIME

Though leaves  are many, thr root  is one;
Though all the lying days of my youth
I swayed my leaves and flowers in the sun,
Now I may  witther into the truth

W.  B.  YEATS

COM O TEMPO A SABEDORIA

Embora muitas sejam as folhas, a raiz é só uma;
Ao longo dos enganadores dias de mocidade,

Oscilaram ao sol  minhas folhas, minhas flores;
Agora posso murchar no coração da verdade.

W.  B.  YEATS

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

1450 - «A UMA CRIANÇA QUE BAILA NO VENTO» - W. B. YEATS

1450

TO A CHILD DANCING IN THE WIND

Dance there upon the shore;
What  need have you to care
For wind or water´s roar?
And tumble out  your hair
That the salt drops  have wet;
Being young you have  not knoun
The fool´s triunph, nor yet
Love  lost as  soon as won,
Nor the best labourer dead
And all the sheaves  to bind
What need have you to dread
The monstrous crying  of wind?

W.  B.  YEATS

A UMA CRIANÇA QUE BAILA NO VENTO

Dança aí junto ao mar;
Que te importa
O rugido da água, o rugido do vento?
Sacode tua cabeleira
Pesada de gotas de sal;
Tu que és tão jovem ignoras
O triunfo do néscio, não sabes
Que o amor mal se ganha e logo se perde.
Nem viste morrer o melhor operário,
E todos os feixes por atar.
Por que hás-de temer
O terrível clamor dos ventos?

W.  B.  YEATS

terça-feira, 5 de agosto de 2014

1449 - THE LOVER TELL.S OF THE ROSE IN THE HEART - W. B. YEATS

1449

THE LOVER TELL.S OF THE ROSE IN HIS HEART

Al things uncomely and broken, all things worn out and old
The cry of a child by roadway, the creak of a lumbering cart,
The heavy steps of the ploughman, spashing  the wintry mould,
Are wronging your image that blossoms a rose in the
                                               [deeps of my heart.

The wrong of unshape  things is a wrong too great to be told;
I hungar to build them anew and sit  on a green knoll apart,
With the earth and sky and water, re-made, like
                                                 [a casket of gold
For my dreams of your image that blossoms a rose in
                                                 [the deeps of my heart.


W.  B.  YEATS

O AMANTE DIZ DA ROSA NO SEU CORAÇÃO

Tudo quanto é feio, destruido, todas as coisas gastas, velhas
O grito de uma criança à beira do caminho, o rangido
                                  [de uma carroça que se arrasta,
O pesado andar do lavrador, passo a passo sobre o limo invernal,
Maculam a tua imagem que engendra uma rosa no fundo do                                                                                                       [coração
Tão grande é  a mácula das coisas torpes que não pode ser                                                                                                     [descrita
A minha ânsia é tudo reconstruir e sentar-me num verde outeiro                                                                                            [solitário
Com a terra, o céu, a água renovados, como um cofre de ouro
Para os meus sonhos da tua imagem que floresce numa rosa tão
                                        [profundamente no meu coração.
W.  B.  YEATS
     


1448 - A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS

1448
A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

1447 - «DEATH» «MORTE» W. B. YEATS

1447

DEATH

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous mem
Casts derision upon

Supersession of breath;
He knows death to the bone  --
Man has created death.

W. B. YEATS


MORTE

Nem temor nem esperança assistem
Ao animal agonizante;
O homem que que seu fim aguarda
Tudo teme e espera;
Muitas vezes morreu
Muitas vezes de novo se ergueu.
Úm grande homem em sua altivez.
Ao enfrentar assassinos
Com desdém julga
A falta de alento;
Ele conhece a morte até ao fundo --
O homem criou a sua morte.

W.  B.  YEATS

1446 - «O REVÓLVER DE TRAZER POR CASA» ALEXANDRE O´NEILL

1446

«O REVÓLVER DE TRAZER POR CASA»

Querem fazer de mim o revólver de trazer por casa,
Fizeram já de mim o revólver de trazer por casa,
Aquele que  toda a gente, uma, duas vezes na vida,
Encosta por teatro a um ouvido
Que acaba por se fechar envergonhado.

Um bom revólver domesticado:
Algumas noções de pré-suicídio, mas não mais,
Que a vida está muito cara e a aventura
Nem sempre devolve o barco que lhe mandam.

Quem espera por mim não espera por mim
E talvez me encontre por um acaso distraído.
Mas no meu obsceno mostruário de gestos,
Guardo o mais obsceno
Para quando a ilusão se der...

          (No Reino da Dinamarca, ed. 1967)

ALEXANDRE O´NEILL

sábado, 2 de agosto de 2014

1445 - «CASTELO DE GUIMARÂES» - FOTOS WEB

1445

Castelo de Guimarães
Centro Histórico de Guimarães - "Cidade Berço"
Património Mundial da UNESCO - 2001
http://whc.unesco.org/en/list/1031

O Castelo de Guimarães localiza-se na freguesia de Oliveira do Castelo, cidade e concelho de Guimarães, no distrito de Braga, em Portugal.
Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede, este monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade.
Wikipédia.


"Guimaraes Castle  por Michael Fernandes. Licenciado sob Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0, via Wikimedia Commons -http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Guimaraes_Castle_exterior_in_2007.JPG#mediaviewer/File:Guimaraes_Castle_exterior_in_2007.JPG
Leia mais (16 linhas)