quinta-feira, 28 de abril de 2011

111-Islandiarizar, se for preciso

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
                                                         Alvaro de Campos

111-Não sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de regime. Acredito na democracia como regime e bater-me-ei, sempre, para que esse seja o regime português.

Sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de democracia. Sou também daqueles que defendem que, se os Partidos que formam esta democracia insistirem em produzir os bonecos que nos oferecem para ir a votos, vai ser necessário islandiarizar a classe política, os actuais Partidos e os mecanismos democráticos.

Sou daqueles que defendem que só é possível mudar  se nos deixar-mos do "eles e do "nós" para passarmos a ser "todos nós, Nação" com cidadãos participativos, envolvidos na busca de soluções e no repúdio ao determinismo e ao imobilismo.

Sou daqueles que defendem que a arma está no voto e que, quando entender que esse voto é inútil por não me rever em que e em quem votar, saberei participar na construção de alternativas.

Sou daqueles que não votam em Sócrates, mas sim no Partido Socialista (e até tenho sorte de votar em Eduardo Ferro Rodrigues que é o cabeça de lista do meu distrito) mas entendem que compete aos Partidos elegerem os seus dirigentes e que não é regra da democracia negar negociações de regime tendo como argumento os titulares que lideram os Partidos democráticos.

Sou daqueles que se estão nas tintas para os juros que os especuladores dos mercados  fixam porque acredito que temos de ser capazes de trabalhar e produzir de forma a evitar pedir dinheiro para pagar a nossa preguiça e o nosso deslumbramento consumista.

Sou daqueles que combatem o subsídio para não-produzir e que não vivem da semente subsidiada para produzir o subsídio da não-colheita.

Sou daqueles que não acreditam nos bruxos que já disseram tudo e o seu contrário e que por isso têm sempre razão embora, quando foram chamados a apresentar e implementar soluções, tenham sido tão ineficazes como todos os outros que criticam.

Sou daqueles que se recusam a olhar para os outros sem primeiro olhar para mim.
LNT


quarta-feira, 27 de abril de 2011

110-ENA PÁ TANTOS A MAMAR ?!

110-ONDE PÁRA O SEU DINHEIRO ?!


INSTITUTOS PÚBLICOS ..............   356


EMPRESAS PÚBLICAS ................    95


FUNDAÇÕES .................................  639


EMPRESAS MUNICIPAIS ...........   343
                                                                                   (em 308  concelhos ) !!!
GOVERNOS CIVIS ......................    18


PPPs ...............................................    87
_________________                __________
          
       Total                                         1.520
                                      *
Para gerir este regabofe há 4.500 administradores,
com
       * vencimentos       * despesas de representação 
                  *  viatura             *  motorista


             É aqui que anda o seu dinheiro !

COM A VOZ INCONFUNDÍVEL DE NATÁLIA CORREIA

109-25 de Abril e a promoção da Mediocridade

109-Risco de «retrocesso civilizacional» 

A notícia que se trancreve vem ao encontro do muito que aqui se tem escrito acerca da má herança que se deixa aos descendentes, devido a sucessivos erros de governação desde o 26 de Abril.

O 25 de Abril foi um golpe com sucesso pontual mas, no dia seguinte, foi totalmente descontrolado e desvirtuado, em que a liberdade foi substituída por libertinagem, e por conceitos irracionais e impraticáveis, nasceu a obsessão de direitos sem pensar em deveres que com eles devem estar equilibrados, e surgiu a exigência de igualdade na mediocridade, eleminando o que havia de melhor e desmotivando o valor e o mérito.

Numa queda sistemática, de que se aproveitaram os clãs governamentais, resultou a degradação da sociedade normal e o enriquecimento dos políticos conluinados com os donos do capital, chegando-se a uma situação dificilmente sanável, em que tudo pode acontecer, em que o Risco de motim não deve ser negligenciado.

Pela análise, mesmo muito superficial que se faça destes 37 anos, não se pode esperar que os nascidos neste período venham a erigir estátuas ou elogiar os da geração de seus pais pela forma como fizeram «evoluir» o País que outrora foi grande e prestigiado.

Nascidos no pós-25 de Abril juntam-se contra risco de "retrocesso civilizacional"  - PÚBLICO, 22-04-2011 Por Lusa

Indignados com o Portugal de hoje, nascidos no após-25 de Abril de 1974 juntaram-se num manifesto contra o risco de "retrocesso civilizacional" no País, perante a "precaridade no trabalho" e o "desinvestimento" em direitos adquiridos com a Revolução.

A poucos dias das comemorações dos 37 anos da Revolução dos Cravos, mais de 60 subscritores do documento consideram que muitas das conquistas, com as quais se identificam enquanto "filhos de Abril", estão a diluir-se.

"O Inivitál é Inviável", assim se designa o manifesto, é assinado, nomeadamente, por artistas, estudantes, desempregados, activistas de direitos das mulheres e dos imigrantes e organizadores do protesto "Geração à Rasca".

O escritor José Luís Peixoto, a compositora Celina Piedade, a jurista Marta Rebelo ou o humorista Jel, dos Homens da Luta, e Tiago Gillot, do movimento Precários Inflexíveis, são alguns dos nomes que dão voz ao manifesto.

Um "grito de alerta" contra a ideia de que "só há uma saída" possível, a das políticas de austeridades para os problemas que Portugal enfrenta, assinalada à agência Lusa Lídia Fernandes, desempregada, uma das subscritoras do documento.

E que problema Portugal enfrenta? "Tendência para´precarizar´ as relações de trabalho, diminuir o investimento no emprego, enfraquecer e desmantelar o Estado social, com cortes na saúde, educação e protecção social", enumera.

Os subscritores do manifesto reclamam alternativas, que, para o activista dos direitos das mulheres e dos imigrantes, "não podem ser no sentido de um retrocesso civilizacional e democrático" em que o País está "em risco"

É que, segundo Lídia Fernandes, existe em Portugal i perigo, "dificílmente reversível", de "um recuo grande" em termos de direitos económicos, cívicos e sociais.

Uma opinião partilhada por Miguel Cardina, outro dos subscritores do "grito de revolta" contra a situação actual do País, onde "as pessoas vivem mal ".

O historiador, que intrega o movimento anti-austeridade Portugal Uncut, fala num "ataque constante  muitas vezes subliminar", as "conquista de Abril" como o emprego, a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde e teme o "agravamento das desigualdades sociais", o "perigo de alterações constitucionais", o "desmantelamento" da saúde gratuita para todos.

Por isso, defende uma "mudança política e social", que envolva toda a sociedade, porque "a democracia não é compatível com a inevitabilidade" da crise e da intervenção externa do Fundo Monetário Internacional.

João Labrincha, um dos organizadores da manifestação "Geração à Rasca", que juntou em Março milhares de portugueses nas ruas, advoga "uma renovação do espírito do 25 de Abril", até porque "muitas das coisas pelas quais as pessoas lutavam na altura continuam a ter muita actualidade" e, nalguns casos, ressalva, "tem havido alguns retrocessos", dando como exemplo a "precaridade laboral".

Licenciado em Relações Internacionais mas desempregado, Labrincha sustenta que a democracia em 1974 só ficará "completa" com "uma partecipação cívica mais activa". E isso, critica, tem faltado ao longo de 37 anos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

108-BERTOLT BRECHT

108-De que Serve a Bondade     

1

De que serve a bondade
Quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos
Aqueles para quem foram bondosos?

De que serve a liberdade
Quando os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Quando só a sem-razão arranja a comida de cada um precisa?

2

Em vez de serdes só bondosos, esforçai-vos
Por criar uma situação que a todos liberte
E também o amor da liberdade
Faça supérfluo!

Em vez de serdes só razoáveis, esforçai-vos
Por criar uma situação que faça da sem-razão dos indivíduoa
Um mau negócio!

Bertold Brecht, in "Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros poemas"
Tradução de Paulo Quintela

sexta-feira, 22 de abril de 2011

107-AOS POLÍTICOS INCOMPETENTES E LADRÕES

107-Alguém conhece uma dona de casa medianamente competente?


Aqui para nós, que ninguém nos ouve, do que Portugal necessita realmente é de uma dona de casa competente ao leme dos destinos do País.

Porque toda a dona de casa que se preze sabe várias coisas elementares de economia doméstica  que, aplicadas á  economia nacional - que não, passa de economia doméstica, só  que em números mais largos.

Começa por saber que, se quer manter alguma sanidade e equilíbrio na família, tem de governar a casa com os rendimentos que lá entram, sem jamais os exceder por um cêntino sequer, a menos que lhe saia a terminação de lotaria.

Sabe igualmente que, caso, por qualquer complicação surgida  ou por deslize imprivisível, exceder o limite imposto, imediatamente,  terá que corrigir a rota e apertar o cinto, passando a gastar menos do que até aí, até a compensação se mostrar completada.

Finalmente sabe que, para poupar uns cêntimos até se equilibrar, vai precisar de se conter na qualidade e quantidade da comida que apresenta na mesa, bem como coser e passajar as roupas suas, do marido e dos filhos, em vez de as lançar nos desperdícios logo que se mostrem um pouco coçadas.


Sabe ainda mais: sabe que, se não tem dinheiro para pagar a pronto, não compra fiado. Vai tentando amealhar uns cêntimos até que reuna a quantia necessária para a tal compra. E, se não conseguir reuní-la, pura e simplesmente não compra e aguarda melhores dias.


E, depois de tempestade passar, voltar à primeira forma, sempre com atenção, para não resvalar novamente.


Qualquer dona de casa mediana sabe disto e o pratica.


Portanto, é de uma dona de casa competente que necessitamos. Apenas com uma característica distinta de uma dona de casa mediana, qual seja, a de aplicar a receita que tem lá em casa, a números grandes, correspondentes ao país.


E... sabem? Foi o que Salazar fez, a partir de 1928. Até aqui, tudo bem como ele. O seu grande erro foi apenas o de, terminado o saneamento, não ter regressado ao retiro do Vimieiro.


Se o tivesse feito, a estas horas era um santo de altar.

106-LADRÕES HÁ MUITOS

106-"E já sabem onde param os 50.000.000.000 desaparecidos?


Num país de gente normal, comerçar-se-ia por conviscar os bens e fortunas que estes vigaristas acumularam ao longo dos anos em que se mantiveram no poder, depois, seriam respomsabilizados pela gestão dolosa que fizeram do património público, acabar-se-ia com as fundações, institutos e outras inutilidades que albergam a rapaziada amiga, e a do partido.

A enexplicável despesa do estado, onde cabem milhões de euros em renovação de frotas autmóvel, combustíveis, flores para os senhores ministros, e outras prebendas que os contribuintes pagam.

Mas não, cheios de força e autoridade para com os mais fragilizados, começa-se por cortar nas reformas de quem lá pôs o dinheiro ao longo da vida, exactamente para esse fim.

Acabei de ler um comentário no site de um jornal em que um jabardo dizia que os reformados só mamam do estado. Seguramente, um anormal que ainda não descontou um tostão mas já beneficiou de subsídios, educação e assistência na saúde por conta dos mesmos reformados que lá puseram o guito necessário para tal. Sendo somente uma das bestas que vai tolerando a gente que tomou conta da política  explica a razão pela qual aqui chegámos.

É necessário explicar que os reformados cuja pensão advém das suas contribuições, não estão a receber nada que não seja seu, e não têm culpa da má utilização das suas contribuições, da distribuição destes fundos por gente que jamais contribuíu com um cêntimo para os ditos, nem que diferentes governos tenham usado esses dinheiros para financiar obras, ou jogar na Bolsas.

Depois de 1974, esta gentinha já faliu o país por duas vezes, não nos chega ainda?"


quinta-feira, 21 de abril de 2011

105-QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS ?

105-É BOM QUE SE COMECE A PEDIR RESPONSABILIDADES

O país faliu e neste momento, ninguém sabe o que se seguirá, a europa, através de finlandeses e alemães, manda-nos à merda  e, a não aparecer rapidamente uma solução para injectar mais uns largos milhões nesta chafurdice, lá para o fim de maio, não haverá dinheiro para pagar salários aos funcionários públicos nem para prestações sociais.
O país moderno do engenheiro licenciado por fax, isto é, uma nação desempregada, analfabeta, estúpida, iletrada, sem tomates nem coluna vertebral que espera dos contribuintes europeus, a esmola que lhe permita comer amanhã.

Entretanto, os régulos do poder local, preparam-se para esbanjar os dinheiros (não sei quais) nas famosas festas de verão que tanta tusa lhes dão, seguramente porque são os outros a pagar, mas, até a irrespomsabilidade tem limites toleráveis, recomenda-se vivamente aos senhores autarcas o bom senso de cancelarem festejos e carnavais, bem como uma gestão rigorosa de qualquer dinheiro público gasto, não é apenas uma questão de responsabilidade que se espera e exige, é que nas circunstâncias actuais, qualquer desperdício é crime de gestão danosa.

E não fosse este povo de brutos o que é, muitos dos que estão ou passaram pelas áreas do poder, estariam a ser julgados pelos crimes que cometeram, é que o dinheiro que falta, não se evaporou, está a recato distribuído pelas muitas contas caladas que sigilo bancário protege, resguardadas mas feitas à medida para o caso.

O dinheiro que nos foi dado a fundo perdido pelos contribuintes europeus, mais todo o que se pediu enprestado, anda po aí. Não é por acaso que um país falido esgota todos os destinos nas férias da Páscoa.

As contribuições dos trabalhadores para os fundos de pensões serviram para fazer estradas que ninguém pediu, estádios para a bola e mesmo para jogar na bolsa, agora, na velhice quem trabalhou e descontou uma vida inteira, está em vias de ir estender a mão à caridade.

Não somos efectivamente um povo digno, se o fossemos não teríamos chegado aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

104-POEMA

104-POEMA 

ESTA GENTE/ESSA GENTE

O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente
que fira de unhas e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente

Ana Hatherly

segunda-feira, 18 de abril de 2011

103-A REPÚBLICA DAS BANANAS (ou dos bananas ! ) *

103-"Injustiça social e insensatez podem gerar rebelião

Crise e salários chorudos onde pára o bom senso?

Estamos em tempo de crise, mas há empresas que pagam ordenados milionários aos seus gestores. E até as que dão prejuizo atribuem prémios.

Os salários milionários e prémios chorudos dos administradores das empresas públicas nacionais têm sido alvo de controvérsia nos últimos tempos. Quais são as obrigações morais de um gestor em tempo de crise? E deverão as empresas que dão prejuizo continuar a premiar quem as gere?"

Vanessa Cruz-Agência Financeira.

Ao longo dos anos, o Português enganado, vigarizado, abusado, burlado, atraiçoado e roubado por uma oligarquia política que se faz passar por democrática, ficou totalmente despojado e solitário, num país transformado na cloaca da Europa. Tal como um leão ferido e abandonado pelo seu bando, sem juba, traído pela corja em quem confiou. Um leão pelado.   Este estado tem que mudar!  PORTUGAL TEM QUE SER UM DIA QUALQUER COISA DE ASSEADO.

domingo, 17 de abril de 2011

102-CARLOS DE OLIVEIRA (Poema, " Xácara das bruxas dançando")





102-Xácara das bruxas dançando

Ó castelos moiros,
armas e tesoiros,
quem vos escondeu?
Ó laranjas de oiro,
que vento de agoiro
vos apodreceu?

Há choros, ganidos,
à luz da caverna
onde as bruxas moram,
onde as bruxas dançam
quando os mochos amam
e as pedras choram.

Caravelas, caravelas
mortas sobre as estrelas
como candeias sem luz.
E os padres da inquisição
fazendo dos vossos mastros
os braços da nossa cruz

As bruxas dançam de roda
entre o visco dos morcegos
dançam de roda raspamdo
as unhas podres de tojo
na noite morta do povo
como um tambor de rojo.

101-Florbela Espanca - Um soneto

Ser poeta

101-Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
e não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asa de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente

100-POR TERRAS DE PORTUGAL (Poesia de Ruy Belo)*

100-Para Ruy Belo, Vila do Conde "é o lugar onde o coração se esconde", José Régio cantou-a "espraiada entre pinhais, rio e mar"
e Antero escreveu que "isto por aqui é bonito com seu ar nobre e campestre, e põe a gente numa disposição de espírito plácida e suave".

Terra milenária, cheia de tradições e rica em belezas naturais;
um conjunto notável de monumentos representativos de várias épocas, com realce para o núcleo quinhentista;
rio e mar com 18 km de praias tranquilas e areias finas;
as delicadas rendas de bilros;
uma rede de museus e eventos de prestígio como o Festival Internacional de Curtas Metragens, os cursos de Aperfeiomento Musical, a Feira Nacional de Artesanato ou a Feira de Gastronomia.

Eis Vila do Conde, fidalga, hospitaleira e linda!



Grandeza do Homem
Somos a grande ilha do silêncio de deus
chovem as estações sopram os ventos    
jamais hão-de passar das margens        
Caia mesmo uma bota cardada             
     no grande reduto de deus e não conseguirá
desvanecer a primitiva pegada               
É esta a grande humildade a pequena    
e pobre grandeza do homem                 

Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates 

sábado, 16 de abril de 2011

99-CRÓNICA DOS MAUS MALANDROS

99-GATO VOADOR

Pois. Há 6 milhões de malandros que não deixam «isto» andar para a frente. Só que estes malandros não são todos iguais. Há uns malandros maus a receber pensões de miséria; outros a recibo verde na função pública; uma data deles a viver à conta do subsídio de desemprego. Enfim, gente que anda para aí a viver acima das suas possibilidades. E depois há os malandros bons, que são aqueles que recebem várias pensões e reformas por inteiro por poucos anos de trabalho,  (nenhuma de miséria), que ocupam lugares em administrações de empresas modelo PPP depois de se sacrificarem à causa pública como ministros e secretários de estado; que, enfim, por aí fora, sempre a bem da pátria, de deus, e de mais uns caroços. Injustamente, Medina Carreira não faz a distinção entre estes malandros bons e malandros maus, nem alerta,  para essa coisa do FMI e dos dois partidos é só para tratar dos malandros maus, que é isso que importa. E nada de conclusões, há que não tocar nos malandros bons! Sem eles, quem nos esclareceria que essa cambada de malandros maus andou todos esses anos a viver acima das suas possibilidades? E mais! Não só vivendo acima das suas possibilidades, como contraindo dívida privada lá fora, que é coisa em que estamos ainda pior que nessa cena dívida pública.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

98-«Os Partidos Políticos São Casas de Putas»

98-«Os Partidos Políticos São Casas de Putas»
Medina Carreira 

A afirmação do Medina Carreira não é nova, mas não é muito conhecida. A sua frase aplica-se à política portuguesa e aos seus actores-palhaços-putas tal como ele a vê e para ela concebeu.

Como relatado e justificado neste blog e no da Mentira! em postos relativamente recentes, o Coelho do PSD desiludiu completamente todas as esperanças que poderia ter num político. Gradualmente, tem tirado a máscara e mostrado o género de f.d.p. que é, actualmente o pior animal do jardim zoológico político português, de longe pior que o Sócrates, mas não o único.

Pensa que está a dirigir uma associção de estudantes, o pobre rasca inchado de cinismo, como o bom português de hoje, que é. Perfeitamente em uníssono com o espírito nacional pós Abrilada que arruinou o pís.

Com os seus discursos fez subir os juros que toda a população com empréstimos paga aos bancos - roubou-os desse modo  e continua a roubá-los. Cada vez que abre a comua, os juros sobem, como se constata  com uma precisão matemática. Com a sua conversa de facínora tem feito com que esses juros continuem a subir até que ele a feche ou até arruinar completamente todos os portugueses que devido ao seu comportamento deixem de poder pagar e percam os seus haveres.

Não é conversa de treta partidária do Sócrates, mas o que nos dizem  todos os economistas nacionais e estrageiros, do que se queixam  as direcções dos bancos  e as administrções das maiores firmas nacionais. Todos vêem menos os portugueses? Não obstante, espernegam este título no seu site: «PSD acusa o Governo de prejudicar o país com "brincadeiras" sobre a aprovação do Orçamento». Resulta porque a maioria dos parrecos portugueses, incapaz de raciocinar por si próprio, dá mais ouvidos aos que os vigarizam do que à sua própria capacidade de análise. Idem, relativamente a todos os partidos, que o mal está no povo, mais do que nos vigaristas e burlões treinados em marketing se aproveitam para roubar, impunemente protegidos por leis mafio-oligárquicas.

Tudo o que intessa a esse animal ganancioso é conquistar os tachos para a sua oligarquia mafiosa. Os portugueses que se lixem; para que eles possam impunemente roubar todos os meios são bons. Se alguns afixam na testa os seus sentimentos e o chamado «baixo astral», o Coelho é um dos que mais claramente o mostram. (Não se perscrute o seu rosto quando põe a máscara para falar às câmaras, mas quando está à vontade entre com o seu grupo é assim que se vê.) Se no Sócrates é menos visível, talvez seja por ser melhor dissimulador. Ele tem princípios neoliberais e foi a JSD que se iniciou na política.

As pessoas desinformadas procedem como idiotas. Apoiam os rótulos que lhes mostram e não as ideias. Chamam socialista ao Sócrates, no que quem saiba o que é o socialismo não pode acreditar. Crêem que o PSD ter conservado o seu antigo nome também tem as mesmas ideias. Idiotas.

As alocuções do Coelho, se a isso se pode chamar aos arremessos de coices e disparates  que vocifera, têm absoluta razão de ser. Dirigem-se aos mentecaptos que compõem a larga maioria da população nacional.
É o palavreado que estimula gente estúpida, sem cultura e desinformada e os torna adeptos do energúmeno. Após todos estes anos em que os parvalhões portuguses, atrasados e politicamente ignorantes e imaturos à n potência, tem julgado viver em democracia. Ainda não aprenderam que os políticos de qualquer partido e em todo o mundo, tudo o que têm em mira não é servir o estado e os seus eleitores, mas roubá-los e enriquecer à custa de ambos. Só não o fazem quando o povo é soberano  e os controla, não se conhecem excepções, só os portugueses o ignoram.

Foi para que prevenir esse mal que as verdadeiras democracias implantaram sistemas de controlo apertado dos políticos, o soberano é o povo e eles mais não são que seus mandatários. A sua vida é escrutinada em detalhe e posta à vista de todos. É-lhes impossível roubar, embora mesmo assim de vez enquando se depare com excepções de alguns que o tentaram e conseguiram. Quando isso acontece e os apanham são julgados e punidos pela lei comum, tal como criminosos comuns que são.

Certamente, todos têm tido notícias sobre ministros que se suicidam após grandes broncas que eles originam. Na Irlanda, o parmento decidiu processar o ex-primeio-ministro Geir Haarde, que governava o país na altura em que o sistema financeiro se afundou, em Outubro de 2008, por negligência.

Em Poretugal é às avessas, elegem-se e condecoram-se os criminosos. O Cavaco nunca prestou contas por ter preparado tão eficientemente a crise em que agora vivemos, como mundialmente reconhecido; em lugar disso, o povo tão corrupto como ele, elegeu-o como agradecimento. Nem se compreende agora que se lamentem da miséria, se mostraram saber escolhê-la. A desgraça em que ele afundou o país é mais ou menos relatada por qualquer jornal  que se refira a esse caso, como no Pravda.

A Leonor Beleza nunca foi julgada por ter assaninado 137 hemofílicos infectados com o vírus da sida po negligência, na década de 1980. Chamaram-lhe «escândalo da democracia». O seu processo foi arquivado por falta de provas. Que provas? Não era ela a responsável? Se não, onde está o culpado? No princípio do de mandato, o fala-barato do Sampaio elogiou os seus crimes condecorando a assassina com a Ordem de Cristo. Que ignomínia! Ignóbil presidente que premeia o crime. Estes, são casos apenas mediáticos, porque o número de outros no mesmo âmbito  é praticamente ilimitado.

Em Portugal, esse sentimento de honestidade não existe. Pelo contrário, além de todos os governos sem distinção nos terem roubado, o povo permitiu que fizessem leis que permitam a impunidade aos seus crimes. Onde está o estúpido que julgue o Coelho diferente desta cambada? Está por todo o lado é o que não falta. É por isso que ele luta e só por isso, como os outros. Se fala como se ouve é porque tem os ouvintes que o ouçam. Nada disto se  passa numa democracia.

Querem uma constituição? E quem lhes dá o direito de querer? Numa democracia não se altera uma constituição sem a propor ao povo soberano, que também pode fazer propostas, nem sem a sua aprovação. Basta os partidos o discutirem entre si sem a participação do povo para que não seja uma democracia. Chamem-lhe o que quizerem, mas democracia, isso jamais, que insultam e emporcalham o seu significado.

O país precisa de várias mudanças urgentes. Entre elas:

1. Igualar a população a todos os níveis, incluindo as reformas e a
    saúde (o contrário do que o Coelho abertamente pretende e ou
    outros não fazem);
2. Acabar com os 349 institutos e as 370 fundações desnecessárias
     onde as direcções e todos os postos são ocupados pelas máfias
     políticas das principais oligarquias, sorvedouros do dinheiro dos
     impostos para alimentar os parasitas;
3. Acabar com o assalto aos empregos do estado a cada novo gover-
    no, como se dum espílio de guerra se tratasse e pôr todos os
     cargos e postos a concurso;
4. Restauração do que o Cavaco destruiu, acima mencionado, com
    reciclagem em todos os empregos e ofícios;
5. Reforma do ensino;
6. Plamos que fomentem um progresso económico real incluindo
    investimento e não embustes.

Alguém ouviu o Coelho apresentar ou prlo menos mencionar algum destes assuntos? Para ele, tudo o que conta é o que conta para todos os políticos ladrões e parasitas: o tacho. Apenas fala no que os lorpas querem ouvir para lhes sacar os votos. Para enganar os broncos, colocou um local no site do seu partido para lhes apresentarem propostas e opiniões. Que burlão! Então o aborto não sabe do que o país precisa? Se não sabe que vá pastar caracóis. Se sabe, quer enganar as pessoas, fazendo-as crer que lhes dá ouvidos.

(Continua no próximo post)
.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

97-Mas que grande aldrabófilo

97-A versão oficial dos acontecimentos que antecederam a apresentação do PEC IV em Bruxelas assumida por todos e utilizada pelos jornalistas e pelo PSD é a de que entre o líder do PSD e José Sócrates apenas tinha havido um breve telefonema e que Cavaco foi  surpreendido. Esta foi a versão dada a conhecer aos portugueses pela liderança do PSD e para que não restassem dúvias é o próprio Povo Livre, jornal oficial do PSD, a dar os pormenores.

O PSD passou aos prtugueses que Sócrates apenas tinha feito um breve telefonena a Passos Coelho informando-o de que as medidas iam ser anunciadas. A informação foi dada por Miguel Relvas, como se escreve no Povo Livre do passado dia 16 de Março:

"Ainda durante a manhã, o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, revelou que o  líder do nosso Partido, Pedro Passos Coelho, "foi informado num breve telefonema  pelo primeiro-ministtro José Sócrates (apenas na quinta-feira à noite)" que o senhor ministro das Finanças apresentaria hoje as medidas":

Foi, portanto, como o resto do país, apanhado de surpreza."

Poder-se-ia pensar que teria sido um lapso de Miguel Relvas ou que este foi o único obreiro da informação, mas não, o próprio Passos Coelho confirma que apenas recebeu um telefonema:

"Eu próprio recebi um telefonema apenas na véspera a avisar que iam ser apresentadas novas medidas."

E para que não subsistissem dúvidas Miguel Relvas confirmou tudo em conferência de imprensa:

Portanto,foi um breve telefonema feito a partir de Bruxelas e apenas para comunicar que o ministro das Finanças ia divulgar  as medidas do PEC IV, só faltou a hora do telefonena e o número do telefone do Sócrates.

O problema é que a mentira tem perna curta e por isso é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo e numa entrevista com uma jornalista amiga ficámos a saber que Sócrates tinha reunido com Passos Coelho durante quatro horas, isto é, ficámos a saber que num dos temas mais sérios que se colocaram ao país nas últimas décadas Pedro Passos Coelho mentiu para obter benefícios políticos, para fundamentar uma crise política inútil e manteve essa mentira porque Sócrates não se comportou como o Bagão Félix e respeitou a confidencialidade da reunião. Pedro Passos Coelho mentiu ao país e deu provas de uma total falta de ética e de credibilidade política.

Afinal quem é o Pinóquio? Cá por mim que anda por um Coelhófico.

O que esta gentinha é capaz para arranjar gamela !!!!...   Esta direita portuguesa ainda não se convenceu que já não são os donos de Portugal.


 De visita à República Checa Cavaco Silva levou um raspanete do presidente local, Vaklav Klaus, e ficou calado, A senhora Merkel desanca no parlamento português e a direita fica em silêncio e nem a extrema esquerda reagiu, agora Cavaco Silva  foi a Budapeste pedir "batatinhas" à Europa e um comissário e o presidente do BCE mandaram-no calar, calou-se e como se diz na gíria popular regressou com o "rabinho entre as pernas". Longe vão os tempos em que a direita mandava uma força naval sair da base do Alfeite para impedir que uma traineira estrangeira violasse a nossa soberania fazendo abortos em águas nacionais

terça-feira, 12 de abril de 2011

96-Os portugueses mereciam melhor que isto

96-Sócrelho versus Coelhócrates
Cavaco, a quem tudo se permite e para quem a comunicação social nunca olha com a mesma intensidade com que olha para outros actores políticos, possivelmente pela sua cassete de político apolítico, atirou para a praça, em tempo de venda de sonhos, que a sua não eleição à primeira volta implicaria a subida de juros  nos "mercados". Foi eleito à primeira e os juros ainda não pararam de subir, coisa nunca referida.  Adelante!   

Cavaco anunciou, no tempo de venda de sonhos, que a sua magistratura se basearia  na negociação de soluções e que, decorrente da sua formação  nas áreas da economia.
Portugal iria estar melhor preparado para o que aí vinha. Da negociação de soluções foi o que se viu. O discurso limão da vitória e o discuro toranja da posse foram marcas registadas da negociação  que pretendia fazer. Da sua vantagem de ser economista, os resultados estão à vista e não precisam de comentários.

Resta a capacidade de gestão política para termos um qudro completo do que representa Cavaco neste seu segundo mandato.

Pelo que se apercebe dos bombardeamentos mais ou menos dramáticos que nos vão entrando em casa todos os dias, a solução Sócrates ou Passos Coelho é a mesma, ou seja, aquela que foi anunciada na semana passada na UE e que amanhã vai a votos em São Bento. Resta saber se a gestão será Sócrelho ou Coelhócrates. Para tal, Cavaco deixa "correr o marfim" e dá indicações para que se comece a limpar o pó das urnas onde iremos depositar o voto e possivelmente enterrar a esperança.

Se o que aí vem for gestão Coelhócrates, Cavaco ainda vai ter alguma coisa para se agarrar mas, se for uma gestão Sócrelho, foi tudo em vão. A inabilidade do Presidente da República fica patente, pela desnecessidade, pela ruina e pelo mal que resultará de tudo isto para todos nós, incluindo os da facção com quem ele não está a ajustar contas.

Sei que se diz que cada povo tem aquilo que merece mas, ainda assim, merecíamos mais e melhor do que isto.
LNT

95-Barda-merda, não era almirante ?

95-Barda-merda, não era almirante ?
O Presidente da República (dos portugueses que nele votaram) vem, mais uma vez, através do FaceBook  apelar à união de esforços e à abnegação de quem lhe paga as pensões depois de se ter esquecido ou, conforme ele disse, "depois da rapidez dos acontecimentos que o levou a esquecer" a urgência para evitar o mal-maior.

No País dos novos-ricos, dos patos-bravos, e dos chico-espertos, elegeu-se o mal-menor de uma facção que com os votos e a abstenção de parte de outra facção que argumentou não estar disposta a ceder ao seu próprio mal menor.
(Digo isto com a ressalva de que sempre considerei o opositor a Cavaco como um bem maior)

Portugal merecia melhor.

Nenhuma nação sobrevive tantos séculos com dirigentes tão medíocres se não tiver um povo extraordinário. Embora se insista em tratar-se  de "um povo que não se governa nem se deixa governar" e com isso se argumente que tem de vir alguém de fora para pôr isto na ordem, o povo, que sempre se governou, vai continuar a demonstrar que aguenta  com ou sem o chicote externo.

E o Presidente (dos portugueses que nele votaram) bem pode continuar a usar o FaceBook, que o povo não usa, não conhece, nem sabe o que é, para dizer aos novos-ricos, patos-bravos e chico-espertos que a nova União Nacional será a salvação da democracia que ele quer tutelar agora que já arranjou tempo, depois de ter criado essas condições com a sua inoperância, que os portuguses tratarão de lhe demonstrar que tudo isto é mais uma das razões que levam um povo sábio a não se deixar governar por tão má casta.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

94-OIÇAM BEM

94-Oiçam bem
Adianta enumerar todas as causas que nos trouxeram até aqui. Importa fazê-lo para que no futuro se possam evitar os erros cometidos no passado. É imprescindível identificar os autores desses erros, não com o intuito de os fustigar  até porque muitos deles terão agido em boa consciência e convencidos de que estavam certos (e entregar à justiça os que agiram por mal), mas de forma a referenciá-los  para nos ajudar a excluí-los em escolhas futuras.

No entanto não o farei agora. O que pretendo neste momento é que oiçam bem um conselho da rua.

A ajuda que aí está não é muito diferente de um crédito de sobrevivência pessoal. Quem ajuda diz-nos que temos de consumir menos, de consumir melhor  e de produzir para que os bens consumíveis fiquem disponíveis. Pouco lhes importa se o dinheiro que nos emprestam é consumido em lagostas para dois dias ou em açorda para trinta. Só nos dizem que o dinheiro para consumo é só aquele e que o dinheiro emprestado se destina a produzir para podermos pagar o empréstimo e para não termos de pedir outro. Só nos dizem que o dinheiro é um bem raro e caro tendo por isso que ser tratado com cuidado no consumo e com inteligência na produção.

Por isso, meus senhores façam o favor de ouvir bem!

Tratem com sabedoria o que agora vão receber e tratem de não excluir nem matar as pessoas. O que tem de ser feito tem de ser por e com elas,reduzindo todos os lixos que não interessam, retirando privilégios, cortando gorduras e exterminando parasitas. E já agora anotem que desta vez me parece que se o não fizerem a bem, vão acabar por fazê-lo a mal.

93-A direita portuguesa

93-O PSD  VOLTA A METER-SE NUM BECO SEM SAÍDA

Ao defender que o acordo não deve ser negociado pelo FMI com os partidos o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, quer evitar que o PSD assuma um compromisso com as medidas de austeridade tentando remeter-se à estratégia cobarde de colocar condições  para depois abster-se e dizer que nada teve que ver com o assunto.

Mas desta vez é a Europa que exige que o PSD tome posição, aliás, começou por exigir  ao PSD que indicasse que medidas propõe ao que este partido respondeu com o habitual silêncio cobarde. A estratégia é evidente e os eleitores nem são parvos, nem apreciam a cobardia oportunista. Além disso ou desta vez o PSD, que estava empenhado num pedido de ajuda , terá de assumir responsabilidades.

Começa a ser claro que quando o Passos Coelho dizia que queria governar com FMI estava a pensar num acordo rubricado por Sócrates e quando concordou com o pedido de ajuda estava comfundindo um resgate financeiro com uma ajuda eleitoral ao PSD. Só que ao tomar esta posição o PSD está a meter-se numa toca e desta vez  o assunto não é doméstico, a UE vai meter na toca o furão FMI e Passos Coelho será mesmo obrigado a sair.

Será que são burros ?

PS: Como seria de esperar Cavaco Silva já veio em ajuda dos seus:

"Para Cavaco Silva, é ao Governo que compete  tomar a iniciativa e nogociar com os partidos da oposição. Na prática, a declaração do Presidente contradiz Teixeira dos Santos, que recusa a ideia de negociar directamente com o PSD, mas também rejeita o apelo conhecido este sábado no manifesto publicado no jornal "Expresso", assinado por cerca de 50 personalidades nacionaios" [TVI 24]

domingo, 10 de abril de 2011

92-Congresso do PS

92-A melhor intervenção

Ana Gomes interronpeu as ladinhas próprias de uma missa de acção de graças para fazer aquela que foi, de longe, a melhor intervenção escutada no palco de Matosinhos. "É preciso que o PS reconheça com humildade que nem sempre tudo foram rosas na governação e que nem sempre a rosa cheirou muito bem. O PS também cometeu erros e assumí-los será meio caminho andado para corrí-los", disse sem papas na língua a eurodeputada socialista, a única que recusou prestar tributo  incondicional ao secretário-geral do partido num congresso formatado para o culto da personalidade ao político que mais contribuiu para desmantelar o nosso estado social e para diminuir os direitos sociais dos portugueses.
Sintomaticamente, falou para uma sala vazia. Este PS convive mal com o debate interno e faz tudo para ignorar as vozes críticas.
Pedro Correia

sábado, 9 de abril de 2011

91-Você que está a ler estas linhas, pensa que não tem culpas !!!...

91-Riqueza, emprego, e crescimento

Não nos iludamos mais: a culpa é nossa, não é da «crise», não é dos «mercardos», não é dos políticos. Por isso, quem tem de mudar somos nós e esta é a última oportunidade. Precisamos de trabalhar mais, trabalhar melhor, gastar menos, poupar mais, deixar de cuspir para o chão, de acelarar no trânsito quando o carro da frente põe o pisca para vir para a nossa faixa, de roubar o Estado, de fugir aos impostos, de achar que todos os portugueses são corruptos e incompetentes e mal intencionados  à excepção dos nossos amigos. Isto não vai lá com a subida de impostos e com o corte dos subsídios de cancún, perdão, de férias. O pior foi termos vivido acima das nossas possibidades durante 20 anos, o pior foi que passámos a tomar por garantido um determinado estilo de vida insustentável. Portanto, é criminoso não darmos ouvidos a quem, nos últimos 20 anos, contrariou essa postura e foi capaz de criar riqueza, emprego, e crescimento. E há muitos empresários honestos que foram capaz. Veja lá se não há portugueses capazes: João Domingos Bontempo, Minueto-Alegro da Sinfonia nº. 2, deste nosso compatriota.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

90-PEDIR EMPRESTADO PARA DAR A LADRÕES

90-Eh rapaziada vêm aí 100 mil milhões de euros  

 O primeiro-ministrro, José Sócrates, confirmou esta noite um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia, sem especificar qual o mecanismo a utilizar e qual o valor.
Eu aposto com  quem quiser hoje e já, em como os lucros da banca portuguesa  em 2011 e 2012 vão aumentar substancialmente. Não que eu queira que entrem em falência mas aposto que são eles e as maiores fortunas que vão lucrar  com a crise, para o povo restará a incumbência de pagar a crise, em nome da Pátria.
Eh lá rapaziada vêm aí 100 mil milhões de euros, será a palavra de ordem que vai correr pelos bastidores  do pessoal do costume, Berardos, Mexias. Ulrichs, Salgados e outros que tais, enfim a rapaziada que nunca perde com ou sen crise.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

89-Pablo Neruda - "Poema nº.20"*

89-PUEDO ESCRIBIR LOS VERSOS...

Puedo escrivir los versos más tristes esta noche.

Escrivir, por ejermplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»

El viente de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos  más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella tambien me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.

La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir loa versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está comigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.     
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.                             
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuándo la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro.Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
Y éstes sean los últimos versos que yo le escribo.

POSSO ESCREVER OS VERSOS...

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Escrever, por exemplo: « A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe.»

O vento da noite gira no céu e canta

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a, e por vezes ela também me amou.

Em noites como esta eu tive-a entre os meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi já.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Como para chegar-lhe ao pé o meu\olhar procura-a.
O meu coração procura-a, e ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós os dois, os de então, já não somos os mesmos.

Já não a amo, é verdade, mas tanto que eu a amei
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

Do outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.

Já não as amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta a tive entre os meus braços,
a minha alma não se contenta com havê-la perdido

Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

88-A CANTIGA É UMA ARMA

88-A cantiga é uma arma
eu não sabia
tudo depende da bala
e da pontaria
Tudo depende da raiva
e da alegria
a cantiga é uma arma
e eu não sabia

Há quem cante por interesse
há quem cante por cantar
e há quem faça profissão
de combater a cantar                             
e há quem cante de pantufas
p´ra não perder o lugar            
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar

O faduncho choradinho
de tabernas e salões
semeia só desalento
misticismo e ilusões
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções

terça-feira, 5 de abril de 2011

37-Bernie Madoff

37-Dizem que o aldrabão Bernard Madoff está preso, mas o espírito dele continua vivo.
Segundo a banca nacional e o governo, felizmente que temos amigos: a banca internacional vai-nos generosamente emprestar 10.000.000.000 de Euros (a juros altíssimos) para pagarmos os submarinos, a frota de BMWs do governo e dos gestores públicos, e os impostos que os ricos não pagam. Depois se não pagarmos, partem-nos as pernas.
Conhecem um livro intitulado "Confessions of an Economic Hit Man"? Os oligarcas de hoje criam os problemas e depois servem-nos as soluções já preparadas - através da rede de sabujos e lambe-botas que hoje se auto-denominam "jornalistas" - como se fossem inevitáveis.

36-precaridade, precaridade, precaridades

domingo, 3 de abril de 2011

35-moro em Lisboa

35-MORO EM LISBOA

MORO EM LISBOA                                      

sábado, 2 de abril de 2011

34-Seres decentes

34-Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si . O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência » públicas que viesse a receber.
Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira. O desconforto de tamanha injustiça  levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, hà pouco se pronunciaram a seu favor. Como consequência foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com rectroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros. Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados - e não aceitou o dinheiro.
Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem a todos.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica de dolorosíssimo abandono social.
Antes dele só Natália Correia  havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a Secretaria da Culturta (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe. «Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço », justificar-se-ia »agradeco-a e aceito-a. Mas pedí-la, não, Nunca!»
O silêncio caido sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeira páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
"A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção", dirá. Torna-se indispensável  "preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora".
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões de honra, da integridade, foram-lhe\sempre inamovíveis. Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta - acrescentando os outros.
"Senti a marginalização  e tentei viver", confidenciará, "fora dela. Reagi como tímido, liderando".
O acto do antigo Presidente («cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral  que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas  Baptista Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.
Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade  decisivo para continuarmos a respeitar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.
Fernando Dacosta

sexta-feira, 1 de abril de 2011

33-Agora é mau, e no tempo dos nossos avós, era bom? Não, não era...

 33-Sim: há trinta ou cinquenta anos atrás, as «oportunidades» (seja lá o que isso for), não se encontravam no estado de rarefacção  actual. Havia, como diria o meu pai, «muito caminho para desbravar». Sim, é verdade: hoje a competição  é maior e para o mesmo osso saltam, esfomeados, demasiados cães (que me desculpem a imagem). Mas é preciso ser-se muito míope para não aceitar  e reconhecer várias coisas.

A primeira: o mundo mudou e, com ele, os «paradigmas», a sociedade, os mercados (incluindo o do trabalho). Em perspectiva, essa mudança não foi sinónimo de pobreza, miséria ou desespero. Pelo contrário: os níveis e padrões de vida são hoje incomensuravelmente superiores aos de trinta, cinquenta, cem anos atrás. Mais: a liberdade de escolha e a mobilidade são hoje maiores, com os benefícios daí recorrentes  a suplantar os prejuízos. Duvido muito que um jovem adulto tenha, hoje, a cabeça formatada para aceitar um «emprego para a vida». Sim, existe mais «precaridade» se aferirmos a duração média de um determinado emprego, mas a liberdade de escolha e de movimento é maior, por via, também, da formação e da educação. Há cinquenta anos atrás, um jovem filho de assalariados rurais, não tinha grande escolha quanto ao futuro. Hoje em dia, tem. Pouco? Talvez. Mas muito mais do que o avô.

A segunda: vejo por aí demasiados «jovens» agarrados, e sem parecem estar propriamente muito incomodados, ao ócio e à doce e indulgente protecção paternal. Se queremos assacar responsabilidades a alguém, neste putativo impasse existencial em que vivem, desgraçados, os «jovens», não é ao Estado, à legislação laboral, ao neoliberalismo ou à Sra. Merkel, mas antes à educação e a um ambiente faliliar pouco exigente (reparem que rejeito a palavra «competitivo»), facilitador e excessivamente protector. Hoje, o menino quer um carro, o menino tem um carro. Hoje, o menino quer viajar, o menino vai viajar. Hoje, o menino  está deprimido, passa-se a mão pela juba do menino, coitado, que os tempos são cruéis. Hoje, ao menino oferece-se um trabalho «desprestigiante» há que estar ao lado do menino quando ele disser «que horror, não nasci para isso». Nas últimas décadas, produziu-se a uma velocidade estonteante uma casta de «jovens» que, no que toca à garra, à vontade de lutar e trabalhar, mataria de vergonha os seus antepassados (que, é bom dizer-se, em 99,99% dos casos viviam muito pior).


Não me comovo, por isso, com a ladainha dos Deolinda. As estradas e as fronteiras - as físicas e as outras - estão desimpedidas. Como nunca, aliás, estiveram. Port isso, mexam-se, meus queridos. Não sejam parvos.

Música dos "DEOLINDA"