quarta-feira, 6 de abril de 2011

89-Pablo Neruda - "Poema nº.20"*

89-PUEDO ESCRIBIR LOS VERSOS...

Puedo escrivir los versos más tristes esta noche.

Escrivir, por ejermplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»

El viente de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos  más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella tambien me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.

La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir loa versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está comigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.     
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.                             
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuándo la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro.Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
Y éstes sean los últimos versos que yo le escribo.

POSSO ESCREVER OS VERSOS...

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Escrever, por exemplo: « A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe.»

O vento da noite gira no céu e canta

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a, e por vezes ela também me amou.

Em noites como esta eu tive-a entre os meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi já.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Que importa que o meu amor não pudesse guardá-la
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.

Como para chegar-lhe ao pé o meu\olhar procura-a.
O meu coração procura-a, e ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós os dois, os de então, já não somos os mesmos.

Já não a amo, é verdade, mas tanto que eu a amei
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

Do outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.

Já não as amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta a tive entre os meus braços,
a minha alma não se contenta com havê-la perdido

Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

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