domingo, 16 de março de 2014

1343 - ANTÓNIO RAMOS ROSA - ESTOU VIVO E ESCREVO SOL

1343


ESTOU VIVO E ESCREVO SOL

Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeceira
que passa em fios frescos sobre a minha carade vivo
estou vivo e escrevo sol

Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco       
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever e sol
A vertingem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram suas faces
e na minha língua o sol trepida

Melhor que vever vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maravilha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toada do silêncio verde

António Ramos Rosa

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