terça-feira, 8 de novembro de 2011

262-ALBERT EINSTEIN

262-Vencer o Mundo da Vida Banal  De início creio, como Schopenhauer, que um dos motivos mais fortes conduzindo à arte e à ciência é o desejo de evasão da existência terra terra com a sua aspereza dolorosa e o seu desolado vazio, da libertação das peias dos próprios desejos eternamente volúveis. É uma força impelindo os que a ela são sensíveis a sair da existência pessoal para o mundo da contemplação e da compreensão objectiva; esso motivo é semelhante à atracção, que leva o habitante da cidade irresistinvelmente a saír do seu ambiente barulhento e cunfuso e procurar a paisagem calma dos montes,onde o olhar se espraia pelo ar tranquilo e puro e acaricia as linhas calmas, que parecem ter sido criadas pela eternidade. A esse motivo negativo, porém, alia-se outro positivo. O homem procura formar para si, de qualquer modo adequado, uma imagem simples e clara do mundo e vencer assim o mundo da vida banal tentando substituí-lo, até certo grau, por essa imagem. É o que faz o pintor, o poeta, o filósofo especulativo e o cientista da natureza, cada um à sua maneira. É desta imagem e da sua  conformação que ele faz o centro da sua vida afectiva, para procurar tranquilidade e segurança que não consegue encontrar no turbilhão demasiado estreito da experiência pessoal.

Albert Einstein in ´Como Vejo o Mundo´

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